Certa vez uma menina de oito anos estava passeando pelo
shopping, próximo da sua casa, com algumas amigas.
Viu um dinheiro sobre o
balcão de uma loja e pegou-o.
A balconista viu e chamou-a de ladra.
Segurou-a pelo braço e
a levou até seus pais.
A menina estava aos prantos, e os pais ficaram desesperados
com a situação.
Algumas pessoas mais próximas esperavam que os pais batessem
e punissem a filha, mas os pais desejavam educá-la para a vida e mostrar-lhe o
quanto a amava.
Chegando a casa, os pais fizeram algo inusitado.
Deram à
garota o dobro do valor que ela havia furtado e lhe disseram que ela era muito
mais importante para eles do que todo o dinheiro do mundo.
Explicaram que a honestidade e a dignidade não têm preço,
pois nem mesmo toda a riqueza do mundo vale mais que essas virtudes.
A sabedoria dos pais transformou uma situação crítica em um
momento mágico de educação, de extrema beleza, e a menina jamais esqueceu
aquela lição.
Os pais valorizaram mais a filha do que o seu erro.
E isto
fez a diferença.
Em vez de punição, educação.
Em vez de condenação,
perdão.
Em vez de agressividade, diálogo.
Em vez de rigor, amor.
Os pais, embora muitas vezes bem intencionados, perdem
inúmeras oportunidades de educar os filhos com sabedoria e usam um rigor que
afasta e infelicita.
Valorizam demais os erros e não se dão conta de que o filho
pede orientação e carinho e não punição e condenação.
São os filhos mais difíceis que testam a nossa capacidade de
amar e educar.
Muitas vezes os filhos têm atitudes que parecem ter o
propósito de nos tirar do sério, de nos irritar, mas quando penetramos nos seus
motivos, percebemos que a intenção é bem outra.
O que geralmente acontece é que não analisamos bem a
situação inesperada e somos precipitados nas reações, causando dor, sofrimento,
e abrimos um enorme precipício entre nós e nossos filhos.
É importante levar em conta que nossos filhos são espíritos
em busca de aperfeiçoamento e que são perfectíveis.
Muitos são náufragos em busca de um porto seguro, que nossos
braços podem lhes ofertar, em nome do amor.
Se você deseja, com toda sinceridade, semear no solo fértil
do coração do seu filho, as sementes de felicidade e esperança, penetre no seu
mundo íntimo através do diálogo.
Estenda a ponte da compreensão, da tolerância, do perdão, da
doçura, do afeto.
Não existe barreira capaz de se contrapor à força do amor em
ação.
Pense nisso, e dê os passos necessários para chegar perto,
bem perto mesmo, do seu filho problemático, mas extremamente carente de
ternura.
Reflexão
Mais importante do que passar regras e exigir que seus
filhos as cumpram, é estar junto deles, dialogar com seriedade, saber dos seus
reais sentimentos e intenções. Somente quem conhece a fundo o seu educando,
pode ajudá-lo na difícil arte de viver, e viver com dignidade.
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