Quando um sonho se torna realidade, a gente nem acredita.
Não sabe se chora, se ri ou se grita.
Se belisca.
Abre e fecha os olhos.
Apalpa.
Talvez esteja dentro da nossa natureza não acreditar na realização dos próprios sonhos.
Uma natureza pessimista.
A gente espera, certo, mas no fundo não acredita.
Olhamos para eles como olhamos para o arco-íris e as estrelas:
lindos, encantadores, maravilhosos e inatingíveis.
Mas gostamos de olhar, mesmo cientes de que nunca poderemos tocá-los.
O fato de existirem já é um encanto e um milagre Divino.
Nos satisfazemos.
E justamente por que não acreditamos, não corremos atrás, não construímos, não tentamos.
Olhamos para o que outros conseguem e nos dizemos que eles têm muita sorte.
Não nos incluímos nessa categoria.
Mas, se um dia resolvemos pegar as sete cores do arco-íris e trazer para realidade das nossas vidas, veremos que nós também temos muita sorte, que nós também podemos.
Se aproveitamos o brilho das estrelas para iluminar nosso caminho e não nos cegar,
veremos que teremos uma caminhada mais nítida.
Só vivemos de cinza por opção, pois a vida é colorida, é intensa.
Vamos olhá-la com olhos nus.
Tocá-la.
Vivê-la.
Amá-la.
Correr atrás do que desejamos e esticar os braços até alcançarmos.
Subir escadas, transpor barreiras.
Lutar pelo que nos realizará.
Brigar, se for preciso.
Chorar, mas de pé.
Talvez assim a gente não se surpreenda tanto quando nossa mão atingir, mesmo se timidamente, uma das cores do arco-íris ou a ponta de uma estrela.
Talvez outros se surpreendam.
Mas nós não.
Por que acreditamos.
Por que bem nos nosso íntimo sabíamos
que o caminho poderia ser longo, mas que um dia chegaríamos lá.
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