A manhã chegava
devagar e silenciosa, trazendo sopros de luz e suavidade.
Pela janela, os raios de sol entravam lentamente, iluminando seu cantinho, seus livros, seus retratos, sua textura, tensa e magoada.
Parecia cansada, sem vontade de ir em busca de um novo começo.
Abria os olhos
devagar, para fechá-los em seguida.
Tantas coisas nos acontecem!
Onde está nosso bom Deus nestes momentos de tanta dor?
Não estava interessada em passar pela dor, para aprender o seu real significado...
Olhou para o quarto e percebeu a presença da Luz e perguntou:
Por que desejas iluminar meu momento?
Não percebes que podes mostrar além do que estou preparada para ver?
E a Luz, mansamente, lhe disse:
Ilumino por que esta é a minha natureza e, não há nada que queira te mostrar que dentro de ti já não esteja.
Vem contemplar o dia, não podes demorar-te em tanta tristeza.
Acabarás por ocupar todo o espaço ao que está reservado, neste dia, para ti.
E ela, cheia de tristeza em sua alma, disse:
Não tenho tanto conhecimento para juntar ao seu, e minha tristeza parece maior do que sua alegria.
E a Luz falou:
Podes sentir tua dor, mas te digo que esta mesma dor passará quando a deixares de alimentar em teu ser.
Por ser passageira, a dor é feita apenas para que percebas que não estás no caminho certo.
Valoriza o que é eterno em ti, para que aprendas a ser constante em teu ser; valoriza o que te faz florescer, para que sintas que és o perfume da criação de Deus; valoriza o que não pode dividi-la ao meio, para que aprendas a fortalecer tua unidade aos olhos de Quem te criou.
Um pouco de boa vontade, por favor.
Eliane de Pádua |
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