quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Universo Interior!







 
Tem certos dias, quando paramos para buscar uma “inspiração”, percebemos que estamos em algum ciclo de transição, de entendimentos e de preparação para uma nova etapa.

Hora de parar e refletir um pouco...

Mergulhar em nosso templo interior e verificar se está tudo certo, se as vibrações semeadas estão corretas, se o comportamento interno (os pensamentos) está de acordo com as ações e palavras...

Este “momento”, de séria reflexão, nos leva ao encontro de um ponto entre o passado e o futuro...

Ao presente imediato que vivemos, e nos confronta do interior para o exterior, avaliando se nossas atitudes realmente estão de acordo com o quê pregamos.

Avaliar no âmbito do passado traz a resposta sobre o progresso, e em termos de futuro, marca o próximo objetivo a ser atingido.

Não entender claramente este conceito de tempo, obviamente vem a tolher nossa vaidade pessoal.

Realizar este balanço, reconhecer os erros e acertos e planejar (moldar) o futuro, seria relativamente fácil se dependesse exclusivamente de cada um, mas o mundo externo não é igual ao interior.

Convivemos com pessoas e situações escolhidas por nós.

A convivência com os outros, suas diferenças e comportamentos, nos remetem a um mundo mais complexo que nosso interior e exigem mais que uma simples compreensão, exige tolerância.

Desarmar-se colocando carinho nas palavras, e transmitir tranqüilidade no olhar, exige muita disciplina e persistência.

Parar para refletir sem máscaras, sem insistir em ocultar de nós mesmos os nossos defeitos, só é possível e benéfico, quando existe a total predisposição em progredir e evoluir.

O tempo para esta reflexão deve ser entendido de uma forma distinta, pois nossa noção de tempo normalmente é antropomórfica, e neste caso específico devemos vivenciar diretamente nossa própria vida como presente, independente de ser a projeção do futuro, a ser moldado, ou do passado, a ser reconhecido como útil lição.

Repousamos por um “instante”, considerando este momento de forma atemporal, buscando reviver as experiências anteriores, para assimilar mais e com mais clareza as lições já vivenciadas.

Ao mergulharmos sem máscaras, entre as lições e possibilidades, reconhecemos nossa luta diária na convivência com os irmãos, com as situações e comportamentos.

Compreendendo a necessidade destes momentos atemporais, aprendemos que podemos viver muito mais e melhor. 

A cada reflexão sentimos que podemos buscar uma nova etapa, alcançar um novo degrau.

Esta confrontação interna e atemporal também denota nossa coragem em deixar a segurança do universo dito real, para penetrar no oculto e vasto universo que nos habita.

Esta solidão amiga do próprio espírito não deve se transformar em nenhum tipo de angústia.

As dores das perdas, da mágoa, embora façam parte do processo, não devem mais traduzir sentimentos, e sim a virtuosa experiência a ser levada aos que ainda necessitam passar por estas mesmas provas.

Devemos encontrar a paz necessária para ordenar os sentimentos desencontrados, perceber a inutilidade do orgulho, da ambição, da arrogância, da vaidade.

Não será um passe de mágica que fará com que passemos a agir com retidão o tempo todo.

Mesmo tendo como meta apenas fazer o bem, ainda falhamos.

A paciência, a disciplina e a persistência é que irão coroar, ou não, nosso espírito ao deixar esta roupagem física.

A maturidade em aceitar as limitações, sem máscaras, não pode implicar em desistir, mas sim em reforçar a disciplina, a fé, a tolerância... 


Tolerância com nós mesmos também...
Eliane de Pádua

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