Tem certos dias, quando paramos
para buscar uma “inspiração”, percebemos que estamos em algum ciclo de
transição, de entendimentos e de preparação para uma nova etapa.
Hora de parar e refletir um
pouco...
Mergulhar em nosso templo
interior e verificar se está tudo certo, se as vibrações semeadas estão
corretas, se o comportamento interno (os pensamentos) está de acordo com as
ações e palavras...
Este “momento”, de séria
reflexão, nos leva ao encontro de um ponto entre o passado e o futuro...
Ao presente imediato que vivemos,
e nos confronta do interior para o exterior, avaliando se nossas atitudes
realmente estão de acordo com o quê pregamos.
Avaliar no âmbito do passado traz
a resposta sobre o progresso, e em termos de futuro, marca o próximo objetivo a
ser atingido.
Não entender claramente este
conceito de tempo, obviamente vem a tolher nossa vaidade pessoal.
Realizar este balanço, reconhecer
os erros e acertos e planejar (moldar) o futuro, seria relativamente fácil se
dependesse exclusivamente de cada um, mas o mundo externo não é igual ao
interior.
Convivemos com pessoas e
situações escolhidas por nós.
A convivência com os outros, suas
diferenças e comportamentos, nos remetem a um mundo mais complexo que nosso
interior e exigem mais que uma simples compreensão, exige tolerância.
Desarmar-se colocando carinho nas
palavras, e transmitir tranqüilidade no olhar, exige muita disciplina e
persistência.
Parar para refletir sem máscaras,
sem insistir em ocultar de nós mesmos os nossos defeitos, só é possível e
benéfico, quando existe a total predisposição em progredir e evoluir.
O tempo para esta reflexão deve
ser entendido de uma forma distinta, pois nossa noção de tempo normalmente é
antropomórfica, e neste caso específico devemos vivenciar diretamente nossa
própria vida como presente, independente de ser a projeção do futuro, a ser
moldado, ou do passado, a ser reconhecido como útil lição.
Repousamos por um “instante”, considerando
este momento de forma atemporal, buscando reviver as experiências anteriores,
para assimilar mais e com mais clareza as lições já vivenciadas.
Ao mergulharmos sem máscaras,
entre as lições e possibilidades, reconhecemos nossa luta diária na convivência
com os irmãos, com as situações e comportamentos.
Compreendendo a necessidade
destes momentos atemporais, aprendemos que podemos viver muito mais e melhor.
A cada reflexão sentimos que
podemos buscar uma nova etapa, alcançar um novo degrau.
Esta confrontação interna e
atemporal também denota nossa coragem em deixar a segurança do universo dito
real, para penetrar no oculto e vasto universo que nos habita.
Esta solidão amiga do próprio
espírito não deve se transformar em nenhum tipo de angústia.
As dores das perdas, da mágoa,
embora façam parte do processo, não devem mais traduzir sentimentos, e sim a
virtuosa experiência a ser levada aos que ainda necessitam passar por estas
mesmas provas.
Devemos encontrar a paz
necessária para ordenar os sentimentos desencontrados, perceber a inutilidade
do orgulho, da ambição, da arrogância, da vaidade.
Não será um passe de mágica que
fará com que passemos a agir com retidão o tempo todo.
Mesmo tendo como meta apenas
fazer o bem, ainda falhamos.
A paciência, a disciplina e a
persistência é que irão coroar, ou não, nosso espírito ao deixar esta roupagem
física.
A maturidade em aceitar as
limitações, sem máscaras, não pode implicar em desistir, mas sim em reforçar a
disciplina, a fé, a tolerância...
Tolerância com nós mesmos também... Eliane de Pádua |
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