domingo, 19 de fevereiro de 2012

Medo que se transforma em fé - 2ª Parte


Você conhece a história de Pedro, 
o primeiro marinheiro... 


Deixe-me contar sobre o segundo, cujo nome é John.

Ele serviu nos mares desde que tinha onze anos. 

Seu pai, um comandante inglês de navio mercante, no Mediterrâneo, levou-o para o exterior e treinou-o para uma vida na Marinha Real.

Mas, o que John tinha ganhado em experiência, tinha perdido em disciplina. 

Ele desafiava as autoridades, andava com pessoas erradas, metia-se em caminhos tortuosos. 

Embora seu treinamento o houvesse qualificado para servir como um oficial, seu comportamento fez com que ele fosse punido e rebaixado.

Quando tinha cerca de vinte anos de idade, John viajou para a África, onde se envolveu com o lucrativo comércio de escravos. 

Aos vinte e um anos, ganhava a vida com o Greyhound, um navio negreiro que cruzava o oceano Atlântico.

John ridicularizava a moral e zombava de assuntos religiosos. 

Até fazia piadas sobre um livro que, no final de tudo, remodelaria sua vida: 
  • A imitação de Cristo. 

Na verdade, ele estava desprezando aquele livro poucas horas antes do navio entrar no meio de uma grande tempestade.

Naquela noite, o mar agrediu o Greyhound, levando o navio, em prazo de minutos, para o topo de uma onda e baixando-o de volta para o fundo das águas.

John foi desperto entre as águas que enchiam sua cabine. 

Um lado do Greyhound tinha colidido. 

Era comum de se esperar que tal dano teria levado o navio para o fundo em questão de minutos. 

Porém, o Greyhound foi carregado como uma carga flutuante e permaneceu na superfície.

John trabalhou durante toda a noite para consertar o estrago. 

Por nove horas, ele e os outros marinheiros lutaram para não deixar que o navio afundasse. 

Mas ele sabia que era uma causa perdida. 

Finalmente, quando as esperanças estavam mais danificadas que a embarcação, ele se atirou no convés cheio de água salgada e clamou:

Se isso não funcionar, então que o Senhor tenha misericórdia de nós.

John não merecia misericórdia, mas mesmo assim a recebeu. O Greyhound e sua tripulação sobreviveram.

John nunca se esqueceu da misericórdia demonstrada por Deus naquele dia tempestuoso, em meio ao feroz oceano Atlântico. 

Ele retornou à Inglaterra onde se tomou um grande compositor.

Você já ouviu algumas de suas músicas.

Esse traficante de escravos, que se tornou compositor, era John Newton, o autor de uma das músicas mais famosas mundialmente: Amazing Grace.


Amazing grace! how sweet the sound,
That saved a wretch like me!
I once was lost, but now am found,
was blind, but now I see.


Ó Graça maravilhosa! Quão doce o som
Que salvou um desventurado como eu
Eu estava perdido, mas, agora salvo
Fui cego, mas agora vejo.


Ao longo de suas composições, ele também se tornou um poderoso pregador. 

Por quase 50 anos, encheu os púlpitos e as igrejas com a história do Salvador que nos encontrou no meio de uma tempestade.

Um ou dois anos antes de sua morte, as pessoas insistiam para que parasse de pregar por causa de sua visão deficiente.

— O quê??? — e então explicava — O blasfemo africano também vai parar enquanto puder falar?

Ele não pararia. Não poderia parar. O que tinha começado com uma oração temerosa resultou numa vida inteira de fé. 

Durante os seus últimos anos, alguém lhe perguntou sobre sua saúde. Ele confessou que suas forças já estavam enfraquecidas.

— Minha memória já quase se foi. — ele disse Mas ainda me lembro de duas coisas: 
  • sou um grande pecador e Jesus é um grande Salvador.

Do que mais precisamos nos lembrar?

Dois marinheiros e dois mares. Duas embarcações em duas tempestades. Duas orações temerosas em duas vidas de fé. Como união dessas duas histórias, está o Salvador, um Deus que caminhará  sobre as águas a fim de estender a mão auxiliadora para um filho que clama por socorro.


Eliane de Pádua


Max Lucado 

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