Milho de pipoca que não
passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.
Assim acontece com a gente.
As grandes transformações
acontecem quando passamos pelo fogo.
Quem não passa pelo fogo,
fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza
assombrosas. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor
jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos
lança numa situação que nunca imaginamos:
- a dor.
Pode ser fogo de fora:
- perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre.
Pode ser fogo de dentro:
- pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do
remédio:
- apagar o fogo!
Sem fogo o sofrimento diminui.
Com isso, a
possibilidade da grande transformação também.
Imagino que a pobre pipoca,
fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora
chegou:
- vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode
imaginar um destino diferente para si.
Não pode imaginar a
transformação que está sendo preparada para ela.
A pipoca não imagina aquilo de
que ela é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande
transformação acontece: BUM!
E ela aparece como uma outra
coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Bom, mas
ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar.
São como aquelas pessoas
que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar.
Elas acham que não pode
existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
A presunção e o medo
são a dura casca do milho que não estoura.
No entanto, o destino delas é
triste, já que ficarão duras a vida inteira.
Não vão se transformar na flor
branca, macia e nutritiva.
Não vão dar alegria para ninguém.
Em vez de sofrer pelas
modificações que ainda não consegue, sinta-se grato(a) pelas mudanças que já
realizou.
Amor e Paz para você!
Eliane de Pádua
Extraído do livro:
O Amor que Acende a Lua
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