Há uma poesia chamada "A Cruz Trocada",
Que fala de uma mulher que, muito
cansada, achou que a sua cruz era mais pesada do que a das pessoas à sua volta,
e desejou trocá-la por outra.
Certa vez sonhou que tinha sido levada a um lugar onde havia muitas cruzes, de diversos formatos e tamanhos.
Havia uma bem pequena e linda cravejada de ouro e pedras preciosas.
"Ah, esta eu posso carregar
facilmente", disse ela.
Então a tomou; mas seu corpo frágil estremeceu sob o peso daquela cruz.
As pedras e o ouro eram lindos, mas o peso era demais
para ela.
A seguir viu uma bonita cruz, com flores entrelaçadas ao redor de seu tronco e braços.
Esta seria a cruz ideal, pensou.
Então a tomou; mas sob as flores havia espinhos, que lhe feriram os ombros.
Finalmente, mais adiante, viu uma cruz simples, sem
jóias, sem entalhes, tendo apenas algumas palavras de amor inscritas nela.
Pegou-a, e viu que era a melhor de todas, era mais
fácil de carregar.
E reconheceu que era a sua própria cruz.
Ela a havia encontrado de novo, e era a melhor de todas, e a que lhe pareceu mais leve.
Deus sabe melhor qual é a cruz que devemos levar.
Nós não sabemos o peso da cruz dos outros.
Invejamos uma pessoa que é rica; a sua cruz é de ouro
e pedras preciosas, mas não sabemos o peso que tem.
Ali está outra pessoa cuja vida parece muito
agradável. Sua cruz está ornada de flores.
Se pudéssemos experimentar todas as outras cruzes que
julgamos mais leves do que a nossa, descobriríamos por fim que nenhuma delas é
tão certa para nós como a nossa.
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Eliane de Pádua |
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