Perdoar é libertar-se!
Ela se chamava Mega e tinha uma
chefa terrível.
Quando Mega chegava pela
manhã e falava bom dia, a chefe respondia com uma pergunta:
Por que não chegou mais cedo?
Se chegasse antes da hora, a
chefe não estava lá, mas ficava sabendo e lhe perguntava se ela não sabia qual
o horário do expediente, mesmo depois de trabalhar ali há tantos anos.
Era uma mulher má. Implicava
com tudo.
Até que um dia Mega se cansou e decidiu se demitir.
Vou sair, mas antes vou dizer tudo o que tenho
vontade, foi o que pensou.
Exatamente naquele dia ela
estava almoçando quando encontrou a Dra. Casarjian que a convidou para assistir
a um treinamento, naquela tarde.
Não posso, foi a sua resposta. Tenho expediente a cumprir.
Por que não?
Mega falou sobre a chefe que
vivia implicando com ela e a dra.
Dra. Casarjian lembrou que pior a situação não
poderia ficar.
Além do que, se a chefe lhe
desse uma bronca por faltar ao trabalho, naquela tarde, ao menos teria motivo.
Mega lembrou que no dia
seguinte iria se demitir, por isso resolveu ir ao encontro.
Ali ouviu referências a
respeito do perdão. O perdão é bom para
você , falava a Dra.
Se você perdoar alguém que o ofendeu ele
continua do mesmo jeito, mas você se sentirá bem.
Se você perdoar o mentiroso, ele continuará
mentiroso, mas você não se sentirá mal por causa das mentiras dele.
Ao final do treinamento,
Mega concluiu que a sua chefa estava muito doente e tirou-a da cabeça.
No dia seguinte, tomou uma
resolução:
Não vou deixar que ela me
atormente mais. E nem vou abandonar o trabalho que eu gosto.
Mega chegou e cumprimentou: olá.
A chefa foi logo lhe
perguntando o que tinha acontecido.
Ela estava diferente.
Mega falou que havia
participado de um treinamento e que estava bem consigo mesma e até convidou a
chefe para tomar chá, ao final da tarde.
A reação veio logo:
Você está me convidando só para eu não
reclamar de você?
Pode reclamar, até mandar
descontar as minhas horas. Mas eu insisto no chá.
E foram.
Durante o chá, a chefe falou
da sua surpresa em ter sido convidada para aquele chá.
Ela sabia que era
intratável.
Também falou da sua emoção.
Nunca ninguém a convidara
para um lanche, um café.
Acabou por falar das suas
dores.
O marido lhe batia, o filho
vivia no mundo das drogas.
Por isso ela odiava as
pessoas.
Era infeliz e agredia.
Semanas depois, era a
própria chefe que comparecia ao novo treinamento a respeito do perdão.
Reflexão:
Perdoar é libertar-se.
Aquele que agride é sempre alguém a um passo do desequilíbrio. Aquele que
persegue nem pode imaginar o quanto se encontra enfermo. Sem dúvida, a
felicidade pertence sempre àquele que pode oferecer que a possui para dar.
Nosso maior exemplo é Jesus. Poderia ter reagido às agressões, mas preferiu
perdoar e amar, por saber que aqueles que o afligiam eram espíritos
atormentados em si mesmos. Por essa razão, dignos de perdão. E se você tiver
ainda muita dificuldade para perdoar, pense que tudo passa. Passam as coisas
ruins, passam as pessoas que as provocam.
Só
o bem permanece para sempre.
Eliane de Pádua
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