sexta-feira, 6 de abril de 2012

O Coelhinho

que não era de Páscoa!



Vivinho era um coelhinho branco, redondo, fofinho.

Todos os dias Vivinho ia à escola  com seus irmãos.

Aprendia a pular, aprendia a correr...

Aprendia qual a melhor couve para se comer.

Os coelhinhos foram crescendo, chegou a hora de escolherem uma profissão.


Os irmãos de Vivinho já tinham resolvido:

- Eu quero ser coelho de Páscoa, como meu pai.

- Eu vou ser coelho de Páscoa, como meu avô.

- Eu quero ser coelho de Páscoa, como meu bisavô.

E todos queriam ser coelhos de Páscoa, como o trisavô, o tataravô, como todos os avôs.



Vivinho arranjou uma porção de amigos:

o beija-flor Florindo, 


Julieta a borboleta 


e a abelha Melinda.

- Onde é que já se viu coelho brincar com abelha?

- os irmãos de Vivinho diziam.

Os pais de Vivinho se aborreciam:



Um coelho tem que ter uma profissão.

Onde é que nós vamos parar com essa vadiação?

- Não se preocupem – Vivinho dizia – estou aprendendo uma profissão.

- Só se ele esta aprendendo a voar – os pais de Vivinho diziam.



- Só se ele esta aprendendo a zumbir – os irmãos de Vivinho caçoavam.

Vivinho sorria e saia, pula-pulando, para se encontrar com seus amigos.

O tempo passou.

A Páscoa estava chegando.

Papai e Mamãe coelho foram comprar os ovos para distribuir.



Mas as fábricas tinham muitas encomendas.

Não tinham mais ovinhos para vender.

Em todo lugar a resposta era a mesma:

- Tudo vendido.

Não temos mais nada...

O casal coelho foi a tudo que foi fábrica da floresta.



Do seu Antão, do seu João, do seu Simão.

Do seu Veloso, do seu Matoso, do seu Cardoso.

Do seu Tônio, seu Petrônio, seu Sinfrônio.

Mas a resposta era sempre a mesma:

Tudo vendido, seu Coelho, tudo vendido...

Os dois voltaram para casa muito desanimados.

Ora essa, isso nunca aconteceu...



- Não podemos desapontar as crianças...

- Mas nós já fomos a todas as fábricas.

- Não tem jeito, não...

Os irmãos do coelhinho  estavam tristes:

Nossa primeira distribuição...

Ai que tristeza no coração!...

Vivinho vinha chegando com  Melinda.

- Porque não fazemos os ovos nós mesmos?

É que nós não sabemos.

Coelho de Páscoa sabe distribuir ovos.

Não sabe fazer.

Pois eu sei – disse Vivinho. – Eu sei.

- Será que ele sabe? – disse o pai.

- Ele disse que sabe – disseram os irmãos.

-  Ele sabe, ele sabe! - disse a mãe.


E com quem você aprendeu? - perguntaram todos.

- Com meus amigos. Eu não disse que estava aprendendo uma profissão?



Pois eu aprendi a tirar o pólen das flores com Julieta e Florindo.

E Melinda é a maior doceira do mundo.

Ensinou-me a fazer tudo que é doce...

A casa da família Coelho virou uma verdadeira fábrica.

Todos ajudavam:

Papai Coelho, Mamãe Coelha, os Coelhinhos...

E os amiguinhos também:

Florindo, o beija-flor, Julieta, a borboleta e Melinda, a maior doceira do mundo...

E era Vivinho que comandava o trabalho.

E quando a Páscoa chegou estavam todos preparados.

As cestas de ovos estavam prontas.

E os pais de Vivinho estavam muito contentes.

A mãe de Vivinho disse:

- Agora, nosso filho tem uma profissão.

E o pai de Vivinho falou:

- Cada um deve seguir a sua vocação.


Boa Páscoa!
Eliane de Pádua

Ruth Rocha

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