Os
membros de uma tribo primitiva da África, acreditam que cada pessoa que nasce
traz consigo uma música individual e intransferível, como uma espécie de
identidade sonora.
Assim,
quando a mãe está grávida ela recebe, através da inspiração, a música da
criança que irá nascer e começa a cantá-la para que o bebê se sinta querido e
desejado.
Depois,
a mãe ensina a música ao pai, que também passa a cantar cada vez que se aproxima
do filho, demonstrando carinho e respeito por sua individualidade.
E,
assim, cada membro da família que entra em contato com a criança aprende a sua
música e passa a cantá-la, como forma de dar as boas-vindas e saudá-la.
Dessa
forma, a criança aprende a sua música e passa a cantá-la pelo resto de sua
vida.
E é
assim que cada membro canta sua música individual, e todos sabem de cor a
música de cada um.
Um
costume singular e interessante.
As
notas são as mesmas, mas os ritmos são diferentes.
Fazendo
um paralelo da prática dessa tribo primitiva com os nossos costumes atuais,
poderemos tirar dela vários ensinamentos.
O
primeiro é que todos temos nossa individualidade, isso é incontestável.
A
diferença é que nem sempre essa individualidade é considerada e, menos ainda,
respeitada.
Geralmente
nossas crianças nascem em meio a ruídos mentais de toda ordem. É a mãe querendo
lhe impor sua própria música e o pai, a sua.
Chegam
os demais familiares e fazem o mesmo.
Nem
se espera que a criança demonstre sua individualidade e já é confundida em si
mesma.
Isso
se leva para a vida toda, quando nós, adultos, não conhecemos nossa
individualidade a ponto de ter certeza de quem realmente somos, do que sentimos
do que queremos ou não queremos.
Nossas
músicas se confundem.
Nem cantamos a nossa, nem ouvimos a música do outro.
É um tumulto de sons confusos e inaudíveis.

Nem cantamos a nossa, nem ouvimos a música do outro.
É um tumulto de sons confusos e inaudíveis.
As
individualidades não são respeitadas e tenta-se fazer das pessoas uma massa
confusa e disforme.
É
importante pensar a respeito desse tema nos dias atuais.
É
importante que cada ser seja respeitado, e sua música seja cantada por todos,
em sinal de afeto e respeito.
Imagine
se você pudesse cantar sua música pessoal e, onde quer que fosse, todos lhe
saudassem com a sua melodia.
Isso não seria fantástico?
Isso não seria fantástico?
Se
assim fosse teríamos uma sociedade amável e respeitosa, fraterna e afetuosa,
onde todos se sentiriam especiais e veriam os outros também como seres
especiais.
Cada
pessoa tem sua identidade própria e intransferível.
O
Criador não se repete. Cada filho Seu é único.
Cada
ser humano tem sua sinfonia e seu ritmo particular.
Ideal
seria que cada um vivesse no seu ritmo e respeitasse o ritmo do outro.
E a
diversidade dessas múltiplas melodias formam a harmonia perfeita, sob a batuta
do Maestro universal, que chamamos Deus.
![]() |
Eliane de Pádua |
Nenhum comentário:
Postar um comentário