sexta-feira, 6 de julho de 2012

O Portal do Alvorecer


 

Caminha a humanidade, sedenta por consolo, em busca da paz e da realização. Passageiros sem rumo, iludidos pela sirene do condutor...
Não procuram compreender o caminho que se abre em meio à escuridão da noite.

Guiados apenas por uma tênue luz, esses homens sentem, em cada passo dessa estrada, uma nova esperança. Não recuaram porque acreditam no hoje. Já aprenderam que o passado são pegadas nas areias da ilusão da mente. Não se apegam ao futuro, pois sabem que ele ainda é incerto e confiam no aqui e no agora.

São filhos da luz e já compreenderam o objetivo que os trouxe à Terra.

Esses serem deixaram suas gavetas lotadas de papéis antigos, amarelados pelo tempo. Deixaram sobre a mesa, seu livro, o mais sagrado livro segundo o qual, por muito tempo, foram condicionados a viver.


Foram homens cegos, viveram a vida dos mitos, das ilusões, dos ídolos e das palavras. Sofreram no silêncio das suas dúvidas mas, um dia, guiados por mãos invisíveis, resolveram fechar o livro da vida eterna e buscar a verdadeira vida que, insistentemente, teimava em surgir das profundezas dos seus eu’s.

Relutaram... ainda se sentiam fortemente atados à correntes mentais impostas por todos os ídolos das suas existências passadas. Mas aceitaram, ainda que com muita dificuldade. Andando metros, milímetros apenas, mas firmes, seguros, confiantes no guia maior: a consciência unida à razão, o amor unido à fé.


A liberdade está aí, clamando, chamando com insistência para que cada um desperte para a vida, a vida eterna da sabedoria divina.

Mas é preciso libertarmo-nos do passado, abrirmos nossas gavetas e jogarmos fora os papéis antigos e amarelados, deixando o novo fazer parte da nossa existência.

A verdadeira pureza é a vida vivida em sua plenitude. É deixarmos o amor fluir em cada gesto, em cada atitude.


A verdadeira pureza está na sua capacidade de perdoar e de amar o próximo, sem sentir-se bom demais por isso. Isso o levará à liberdade, ao encontro consigo mesmo.

Entre por esse portal em paz, e sinta a brisa do amanhecer envolvê-lo em luz e amor.



Eliane de Pádua


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