Caminha a humanidade, sedenta por
consolo, em busca da paz e da realização. Passageiros sem rumo, iludidos pela
sirene do condutor...
Não procuram compreender o caminho
que se abre em meio à escuridão da noite.
Guiados apenas por uma tênue luz,
esses homens sentem, em cada passo dessa estrada, uma nova esperança. Não
recuaram porque acreditam no hoje. Já aprenderam que o passado são pegadas nas
areias da ilusão da mente. Não se apegam ao futuro, pois sabem que ele ainda é
incerto e confiam no aqui e no agora.
São filhos da luz e já compreenderam
o objetivo que os trouxe à Terra.
Esses serem deixaram suas gavetas
lotadas de papéis antigos, amarelados pelo tempo. Deixaram sobre a mesa, seu
livro, o mais sagrado livro segundo o qual, por muito tempo, foram
condicionados a viver.
Foram homens cegos, viveram a vida
dos mitos, das ilusões, dos ídolos e das palavras. Sofreram no silêncio das
suas dúvidas mas, um dia, guiados por mãos invisíveis, resolveram fechar o
livro da vida eterna e buscar a verdadeira vida que, insistentemente, teimava
em surgir das profundezas dos seus eu’s.
Relutaram... ainda se sentiam
fortemente atados à correntes mentais impostas por todos os ídolos das suas
existências passadas. Mas aceitaram, ainda que com muita dificuldade. Andando
metros, milímetros apenas, mas firmes, seguros, confiantes no guia maior: a
consciência unida à razão, o amor unido à fé.
A liberdade está aí, clamando,
chamando com insistência para que cada um desperte para a vida, a vida eterna
da sabedoria divina.
Mas é preciso libertarmo-nos do
passado, abrirmos nossas gavetas e jogarmos fora os papéis antigos e
amarelados, deixando o novo fazer parte da nossa existência.
A verdadeira pureza é a vida vivida
em sua plenitude. É deixarmos o amor fluir em cada gesto, em cada atitude.
A verdadeira pureza está na sua
capacidade de perdoar e de amar o próximo, sem sentir-se bom demais por isso.
Isso o levará à liberdade, ao encontro consigo mesmo.
Entre por esse portal em paz, e sinta
a brisa do amanhecer envolvê-lo em luz e amor.
Eliane de Pádua
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