terça-feira, 20 de março de 2012

O Princípio do Equilíbrio


...Desrespeite-o e você sofre.



Você já deve ter ouvido falar de pessoas que têm problemas com excesso de trabalho. 

Ou daqueles que têm problemas familiares ou de relacionamento. 

Talvez seja você mesmo que no momento esteja com alguma dificuldade relacionada ao corpo, à namorada ou namorado, ao cônjuge, à escola, ao trabalho. 

Pode ser que também já tenha visto casas ou quartos mal cuidados. Ou carros. Ou ainda pessoas com aparência desleixada e maltratada.

Boa parte desses problemas tem sua origem na não-observação de um princípio universal: o Equilíbrio. 

É princípio porque é uma lei, uma diretriz que regula e orienta comportamentos e decisões. 

É universal porque se aplica a tudo. 

O Princípio do Equilíbrio afirma que, onde quer que várias partes formem um todo (um sistema), devemos prestar atenção e nos dedicar a cada parte, sob pena de que tanto as partes não atendidas quanto o todo sofram ou tenham problemas por isso. 

Por exemplo, se você estuda e tem 7 disciplinas e não se dedica devidamente a todas, isto irá afetar as disciplinas negligenciadas e todo o curso que está fazendo. 

Se você tem 2 filhos e dá mais atenção a um, o outro sofrerá por isso, seja no futuro próximo ou no longo prazo, e a família pode ser afetada pelo problema. 

Ainda na família, há interesses que são de seus membros e outros da família em si. 

A tentativa de fazer prevalecer interesses individuais em detrimento dos familiares pode provocar desavenças e brigas. 

Se somente o interesse familiar predominar, os membros podem ser prejudicados. 

Entre marido e mulher, requerem equilíbrio fatores variados, como a distância (nem próximos nem distantes demais) e a possessividade. 

Como ser humano, você tem corpo, mente e espírito. 

Se você se dedicar muito ao corpo e ao espírito, esquecendo a mente, será forte, integrado e irá se dedicar a outras pessoas, mas com poucos conhecimentos e outros recursos racionais. 

Sua nutrição requer alimentos, ar e prazer (fique sem para ver). 

A alimentação por si requer variação para ser equilibrada.

Mesmo o desenvolvimento do corpo requer equilíbrio. 

Se você for para a academia e fizer peso para um só braço, ou desenvolver mais a parte muscular em detrimento da aeróbica, pode imaginar o que vai acontecer. 

No nível mental, uma pessoa pode se desequilibrar dedicando mais atenção ao passado, às lembranças, e esquecer os planos. 

Pode ficar sonhando com futuros ou preocupando-se, e esquecer sua experiência. Ou pode ainda planejar e lembrar-se, esquecendo-se de estar no presente e usufruir das coisas boas que conquistou. 

E as pessoas que parecem que tomam decisões baseadas somente em emoções? Ou aquelas que parecem que é lógica pura? 

Tem também aquelas que só agem por necessidade, quando é preciso, enquanto que outras sabem temperar devidamente o "tenho que" com o "quero".

O desequilíbrio, como você pode ver, pode ocorrer em todos os níveis, do mais genérico ao mais específico, e portanto é crítico que saibamos lidar com eles, o que não é necessariamente complicado. 

Observando o Princípio do Equilíbrio

Como se faz para observar o Princípio do Equilíbrio? 

A base disso é simples: 

Identificar as áreas de sua vida, verificar quais estão equilibradas e quais estão desequilibradas, para estas definindo objetivos e ações. 

Se forem várias, cabe também uma priorização: 
  • Mais importantes primeiro. 


No nível pessoal, isto pode incluir uma atividade física, um curso ou treinamento de vez em quando e 10 minutos de meditação, por exemplo. 

No nível de relacionamento em geral, pode significar cuidar melhor de alguém ou tomar a iniciativa de fazer um contato. 

Na área familiar, pode ser uma simples decisão de estar com alguém por alguns minutos. 

As ações que mantém o equilíbrio podem ser muito simples. 

Alguns contextos, como o de tomada de decisão, podem requerer auto-conhecimento e auto-exploração, antes da elaboração (e devida prática) de alternativas.

O equilíbrio muitas vezes resulta do cultivo e prática de certos valores, como cooperação,  perdão e até hábitos perceptivos. 

Na etiqueta chinesa, conforme me foi apresentada, há uma tradição de cada um manter a xícara do outro cheia de chá. 

Isto faz com que as pessoas, além de praticar o cuidar, também treinem o hábito de olhar de vez em quando para o ambiente e para o outro, ao invés de manter a atenção exclusivamente em si: "Ai, que fome!"

Você já deve ter notado que o Princípio do Equilíbrio abrange múltiplas dimensões da nossa existência, e portanto não pode ser ignorado. 

Ignore-o e alguém vai acabar sofrendo, seja você ou alguém próximo a você. 

Deve ser por isso que recebemos um ensinamento que tem o equilíbrio como eixo: 

"Amai ao próximo como a ti mesmo". 

Eliane de Pádua




Virgílio V Vilela 




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