segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Estrelas





Quando um sonho se torna realidade, a gente nem acredita. 

Não sabe se chora, se ri ou se grita. 

Se belisca. 

Abre e fecha os olhos.
 
Apalpa.

Talvez esteja dentro da nossa natureza não acreditar na realização dos próprios sonhos.

Uma natureza pessimista.

A gente espera, certo, mas no fundo não acredita. 

Olhamos para eles como olhamos para o arco-íris e as estrelas:
lindos, encantadores, maravilhosos e inatingíveis. 

Mas gostamos de olhar, mesmo cientes de que nunca poderemos tocá-los. 

O fato de existirem já é um encanto e um milagre Divino.

Nos satisfazemos. 

E justamente por que não acreditamos, não corremos atrás, não construímos, não tentamos.

Olhamos para o que outros conseguem e nos dizemos que eles têm muita sorte. 

Não nos incluímos nessa categoria.

Mas, se um dia resolvemos pegar as sete cores do arco-íris e trazer para realidade das nossas vidas, veremos que nós também temos muita sorte, que nós também podemos. 

Se aproveitamos o brilho das estrelas para iluminar nosso caminho e não nos cegar,
veremos que teremos uma caminhada mais nítida. 

Só vivemos de cinza por opção, pois a vida é colorida, é intensa. 

Vamos olhá-la com olhos nus. 

Tocá-la. 

Vivê-la.

Amá-la. 

Correr atrás do que desejamos e esticar os braços até alcançarmos. 

Subir escadas, transpor barreiras. 

Lutar pelo que nos realizará. 

Brigar, se for preciso.

Chorar, mas de pé. 

Talvez assim a gente não se surpreenda tanto quando nossa mão atingir, mesmo se timidamente, uma das cores do arco-íris ou a ponta de uma estrela. 

Talvez outros se surpreendam. 

Mas nós não. 

Por que acreditamos. 

Por que bem nos nosso íntimo sabíamos 

que o caminho poderia ser longo, mas que um dia chegaríamos lá.



Eliane de Pádua


Nenhum comentário:

Postar um comentário