domingo, 24 de junho de 2012

O Urso e a Panela



Um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento.

A época era de escassez, porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida que o conduziu a um acampamento de caçadores.

Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela tirou um caldeirão de comida.

Quando a panela já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda a sua força e enfiou a cabeça dentro dela, começando a devorar tudo.




Enquanto abraçava a panela, percebeu algo lhe machucando.

Era o calor do caldeirão… ele estava sendo queimado nas patas, no peito e em todos os lugares em que a panela encostava.

O urso nunca havia experimentado aquela sensação e, interpretou as queimaduras pelo seu corpo, como algo que queria lhe tirar a comida.

Começou a urrar muito alto. 



E, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra o seu corpo.

Quanto mais à panela quente lhe queimava, mais ele a apertava contra o seu corpo e mais alto rugia.

Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso caído próximo à fogueira, segurando a panela de comida.

O urso tinha tantas queimaduras que a panela grudou no seu corpo e, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo.  


REFLEXÃO:

Na vida, algumas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser muito importantes.

Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, continuamos agarrados a elas!

Temos medo de abandoná-las e esse medo nos provoca ainda mais sofrimento e desespero.

Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos destruídos por algo que, muitas vezes, protegemos, acreditamos e defendemos.

Em alguns momentos da vida, é necessário reconhecer que nem sempre o que valorizamos tanto é realmente importante, muitas vezes nos agarramos, com todas as forças, ao que nos causa apenas angústia e sofrimento…

Tenhamos o discernimento que o urso não teve.

Coragem!

Solte a panela!

Eliane de Pádua

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