sábado, 9 de junho de 2012

O par de sapatos






Um dia um homem já de certa idade entrou num ônibus.

Enquanto subia, um de seus sapatos escorregou para o lado de fora.

A porta se fechou e o ônibus saiu, então ficou incapaz de recuperá-lo.

O homem tranqüilamente retirou seu outro sapato e jogou-o pela janela.

Um rapaz no ônibus, vendo o que aconteceu e não podendo ajudar ao homem, perguntou:     

  • Notei o que o senhor fez, por que jogou fora seu outro sapato?


O homem prontamente respondeu:

  • De forma que quem o encontrar seja capaz de usá-los. Provavelmente apenas alguém necessitado dará importância a um sapato usado encontrado na rua. E de nada lhe adiantará apenas um pé de sapato.


O homem mostrou ao jovem que não vale à pena agarrar-se a algo simplesmente por possuí-lo e nem porque você não deseja que outro o tenha. Perdemos coisas o tempo todo. 

A perda pode nos parecer penosa e injusta inicialmente, mas a perda só acontece de modo que mudanças, na maioria das vezes positivas, possam ocorrer em nossa vida.

REFLEXÃO
  • Como o homem da história, nós temos que aprender a desprender. Alguma força decidiu que era hora daquele homem perder seu sapato. Talvez isto tenha acontecido para iniciar uma série de outros acontecimentos bem melhores para o homem do que aquele par de sapatos. Talvez a procura por outro par de sapatos tenha levado o homem a um grande benfeitor. Talvez uma nova e forte amizade com o rapaz no ônibus. Talvez aquele rapaz precisasse presenciar aquele acontecimento para adotar uma ação semelhante. Talvez a pessoa que encontrou os sapatos tenha, a partir daí, a única forma de proteger os pés. Seja qual for à razão, não podemos evitar perder coisas. O homem sabia disto. Um de seus sapatos tinha saído de seu alcance. O sapato restante não mais lhe ajudaria, mas seria um ótimo presente para uma pessoa desabrigada, precisando desesperadamente de proteção do chão.


Acumular posses não nos faz melhores e nem faz o mundo melhor.

Todos têm que decidir constantemente se algumas coisas devem manter seu curso em nossa vida ou se estariam melhor com outros.


Eliane de Pádua

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