quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O ANEL



Um aluno chegou a seu professor com  um problema:
Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada. Dizem  que não sirvo para nada, que não  faço nada bem, que sou lerdo e muito  idiota. Como posso melhorar?

O que posso fazer para que me valorizem  mais?

O professor sem olha-lo disse: 
Sinto muito meu jovem, mas agora não posso ajudá-lo, devo primeiro resolver o meu problema. Talvez depois.

E fazendo uma pausa falou:

- Se você me ajudar, eu posso  resolver meu problema com mais rapidez e depois, talvez, possa ajudar  você a resolver o seu…

Claro professor! - gaguejou o jovem, mas se sentiu outra vez desvalorizado.

O professor tirou um anel que usava  no dedo pequeno, deu ao garoto e  disse:
- Monte no cavalo e vá até o  mercado. Deve vender esse anel  porque  tenho que pagar uma dívida. É preciso  que obtenha pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda  de ouro. Vá e volte com a moeda  o mais rápido possível!

O jovem pegou o anel e partiu.

Mal chegou ao mercado começou a oferecer  o anel aos mercadores.

Eles olhavam com algum interesse, até  quando o jovem dizia o quanto pretendia  pelo anel.


Quando o jovem mencionava uma moeda  de ouro, alguns riam, outros saiam sem  ao menos olhar para ele, mas só  um velhinho foi amável a ponto de  explicar que uma moeda de ouro era  muito valiosa para comprar um anel.

Tentando ajudar o jovem, chegaram a  oferecer uma moeda de prata e uma  xícara de cobre, mas o jovem seguia  as instruções de não aceitar menos  que uma moeda de ouro e recusava  as ofertas.

Depois de oferecer a joia a todos  que passavam pelo mercado, e abatido pelo  fracasso montou no cavalo e voltou. 

O  jovem desejou ter uma moeda de ouro  para que ele mesmo pudesse comprar o  anel, assim livrando a preocupação de  seu professor para, assim, poder receber  a sua ajuda e conselhos.

Entrou na casa e disse:
- Professor eu sinto muito, mas é impossível  conseguir o que me pediu. Talvez pudesse  conseguir duas ou três moedas de prata, mas não acho que se possa enganar  ninguém sobre o valor do anel.


- Importante o que me disse, meu  jovem - contestou sorridente. Devemos saber  primeiro o valor do anel. Volte a  montar no cavalo e vá até o joalheiro.  Quem melhor para saber o valor exato  do anel? Diga que quer vender o anel  e pergunte quanto ele te dá por  ele. Mas não importa o quanto ele  te ofereça, não o venda. Volte aqui  com o meu anel.

O jovem foi até ao joalheiro e  lhe deu o anel para examinar. 

O joalheiro  examinou o anel com uma lupa, pesou  o anel e disse:
- Diga ao seu professor que, se  ele quer vender agora, não posso dar  mais que 58 moedas de ouro.

58 MOEDAS DE OURO! - exclamou  o jovem.

- Sim, replicou o joalheiro, eu sei  que com tempo eu poderia oferecer cerca  de 70 moedas, mas se a venda é  urgente...

O jovem correu emocionado à casa do  professor para contar o que ocorreu.
- Sente-se, disse o professor.

E depois de ouvir tudo que o jovem  lhe contou, falou calmamente:
- Você é como esse anel, uma  joia valiosa e única. Só pode ser  avaliada por um especialista. Pensava que  qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro  valor?

E dizendo isso voltou a colocar o  anel no dedo.

Todos nós somos como essa joia. 


Valiosos e únicos, andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem.


Só o especialista, Jesus,  o Grande Joalheiro, sabe o seu real  valor. 

Por isso, nunca aceite que a  vida desminta isso...


Eliane de Pádua

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