Quando somos mais jovens, amamos sofrer.
Amamos a angústia, a dor, os vai e vens da vida.
Não sei se é ingenuidade ou falta de vivência.
A verdade é que demoramos para perceber a beleza de um amor sadio, a beleza da tranquilidade, do abraço sincero e da PAZ!
De um relacionamento sem brigas, sem discussões desnecessárias e que faz a gente ter a certeza de que o outro sempre estará lá por nós.
Uma certeza boa daquelas que faz a gente sentir que ganhou na loteria.
Demoramos muito para ver a beleza da transparência, da afinidade e de alguém que seja nosso porto seguro.
Descarto assim os amores egoístas cheios de “eu”
e pouco de “nós”.
Amores rasos de pessoas vazias que tentam encher a si mesmo esvaziando ao outro.
Isso dói, machuca.
E a gente, por ingenuidade ou por falta de vivência,
acaba aceitando doar, mesmo sem receber.
Acaba aceitando se esvaziar e permanecer
na “mornidão” de um amor raso, imaturo.
É uma pena levar tanto tempo para assumir para nós mesmos que não aceitamos mais qualquer coisa.
Qualquer abraço, qualquer beijo, qualquer afeto e qualquer relacionamento.
É uma pena que tenhamos que nos ferir tanto,
chegar ao nosso limite para contemplar e reconhecer a beleza de um amor maduro.
Depois de muito tempo entendemos que viver chorando não é sinônimo de amar demais.
Que insistir em ficar quando o outro quer partir é um ato contra o nosso amor-próprio.
É uma pena ver que precisamos primeiro nos despedaçar para só então nos conhecermos de fato.
Que precisamos aceitar tão pouco para ver que aquilo não nos bastava.
Depois de se achar problema, de tentar fazer dar certo inúmeras vezes, de insistir, de implorar para que o outro fique, a gente cansa.
Desmorona, mas graças a Deus se recompõe.
E é aí que entendemos a beleza da parceria,
da cumplicidade e do amor.
Aquele amor bonito que a gente não sofre por amar.
Aquele amor vivido e sentido a dois.
Ah, como é bom transbordar.
REFLEXÃO
Como é saudável viver um amor sem medo, sem cobranças, sem jogos de interesse e sem insistência para o outro ficar. Como é bom ver o outro nos escolher todos os dias mesmo a gente não merecendo, às vezes…
Como é bonito a serenidade de um amor tranquilo.
Eliane de Pádua
Nenhum comentário:
Postar um comentário