Diz uma parábola judaica:
Que certo dia a mentira e a verdade se encontraram.
A mentira disse para a verdade:
- Bom dia, dona Verdade.
E a verdade foi conferir se realmente era um bom dia.
Olhou para o alto, não viu nuvens de chuva, vários pássaros cantavam e vendo que realmente era um bom dia, respondeu para a mentira:
- Bom dia, dona mentira.
- Está muito calor hoje, disse a mentira.
E a verdade vendo que a mentira falava a verdade, relaxou.
A mentira então convidou a verdade para se banhar no rio.
Despiu-se de suas vestes, pulou na água e disse:
-Venha dona Verdade, a água está uma delícia.
E assim que a verdade sem duvidar da mentira tirou suas vestes e mergulhou, a mentira saiu da água e vestiu-se com as roupas da verdade e foi embora.
A verdade por sua vez recusou-se a vestir-se com as vestes da mentira e por não ter do que se envergonhar, saiu nua a caminhar na rua.
E aos olhos de outras pessoas era mais fácil aceitar a mentira vestida de verdade, do que a verdade nua e crua.
REFLEXÃO:
Verdade significa aquilo que
está intimamente ligado a tudo que é sincero, que é verdadeiro, é a ausência da mentira. Verdade é
também a afirmação do que é correto, do que é seguramente o certo e está dentro
da realidade apresentada.
Quando impomos algo como verdade
e damos para essa algo a condição de existir imutavelmente, estamos dizendo que
tudo que aconteça fora dele é sua própria negação, ou seja, estamos dando
origem às mentiras a cerca desta verdade importa. Logo, temos que a verdade
muda de acordo com a argumentação inicial e sua negação muda na mesma
proporção, isso indica que a verdade e a mentira não são ideia imutáveis, mas
sim, condições que variam sendo sempre uma contra argumentação da outra.
O que é verdade e o que é mentira vai
depender do referencial maior, pois aquilo que atribuímos com verdade vai
designar automaticamente o que são suas mentiras e aquilo que atribuímos com
mentira designar automaticamente o que são suas verdades.
Eliane de Pádua |
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