sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Quando o amor acaba



De repente, o que era luz se faz sombra.

A época do namoro, as delicadezas e olhares apaixonados dão lugar à amargura, à aridez dos dias.

E muita gente afirma:
 O amor acabou!

Uma sentença que cai pesada sobre os ombros de quem ouve.
O fim do amor talvez seja a mais triste notícia para um ser humano.
Afinal, o amor move o Mundo e enche a vida de alegria.

Mas será que o amor acaba?


Afinal, é um sentimento tão forte que ultrapassa a barreira dos relacionamentos pessoais e deságua nas relações sociais.

Onde há um grupamento humano há a necessidade de amor.

Amor de pais, de filhos, de amigos. Amor entre um homem e uma mulher.
Que importa de que tipo é o amor?

Basta que ele exista para que seu perfume imediatamente transforme os ambientes, ilumine os olhos, torne o ar mais leve.

E se é tão essencial o amor, por que o deixamos acabar?


Por que permitimos que ele se amesquinhe e seja sufocado?

É que nem sempre sabemos priorizar o que realmente é importante.

Nem sempre sabemos cuidar das pessoas que mais amamos.

Por vezes tratamos mal justamente aqueles a quem mais queremos bem.

São nossos pais, irmãos, esposos e filhos...

Eles deveriam ser nossa prioridade, mas parecem estar sempre em último lugar.




Para eles deveríamos guardar os gestos de delicadeza, os afagos, as palavras gentis.

Pior ainda é quando permitimos que os abismos e silêncios aconteçam em nossa casa.

É como um câncer, que começa devagarzinho, vai se instalando e se torna incontrolável.

E tudo começa porque deixamos de conversar, de trocar experiências, de compartilhar o espaço que chamamos lar.


E assim vamos-nos afastando dos seres amados.
 
E ainda há a negligência.


Deixamos de falar, de sorrir, de dar atenção aos de casa.

Concentrados em pessoas com as quais temos contato meramente social, aos poucos substituímos o grupo familiar pelos amigos, colegas de trabalho e até por gente que acabamos de conhecer.

Assim vamos deixando a vida seguir.

De repente, quando percebemos, o tempo passou, os filhos estão adultos, os irmãos casaram, os pais morreram.

Ou estão idosos demais sequer para ter uma conversa divertida num fim de tarde.

O trem da vida seguiu e nós nem o vimos passar.

  


É quando chega o arrependimento, a saudade, a vontade de ficar junto mais um pouco.

Nem sempre é preciso esperar:
Alguém que morre repentinamente, um acidente, uma doença inesperada.

E percebemos, então, que desperdiçamos o tempo que estivemos ao lado daquela pessoa especial;

daquele filho divertido;

daquela mãe dedicada;

daquele pai amoroso;

daquele companheiro que estava bem ao lado, caminhando junto.
 

Não. 
O amor não morre.

Nós o deixamos murchar, apagar-se.


É nosso desleixo, desatenção e preguiça que sufocam o amor.

Mas basta regar com cuidado, sorrisos e carinho, para que ele reviva.

Como planta ressequida, o amor bebe as palavras que lhe dirigimos e se reergue.



O amor não morre nunca.

Mesmo que acreditemos que ele está morto e enterrado, que desapareceu, ele apenas aguarda que um gesto de amor o faça reviver.

Experimente!

Olhe para as pessoas de sua família, para o seu amor, e lembre-se das belas coisas que viveram.


Não deixe que as más lembranças o contaminem.

Focalize toda a sua atenção nos momentos mais felizes.

Abrace, afague, sorria junto, diga os quanto os ama.

E se, de repente, seu coração acelerar, seus olhos ficarem úmidos e uma indescritível sensação de felicidade tomar conta de você, não tenha dúvida:

 São os efeitos contagiantes e deliciosos do amor.



Eliane de Pádua


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