Podemos carregar!
Ouvimos, como motivação ou intenção
de consolo, talvez mesmo um pequeno raio de esperança, que Deus não nos dá a
carga além da que podemos carregar.
É assim que suportamos, passo a
passo, os fardos que chegam a nós e as misérias que ouvimos, previstas há
séculos, às quais recebemos sempre como algo surpreendentemente novo e
assustador.
Não sabemos como vai ser o amanhã, mas
nós sabemos com cabeças nuas e sujeitas ao que vier.
Não estamos preparados para a dor e
desolação e jamais estaremos.
Pés calejados não suportam melhor os
calçados apertados.
É assim que, mesmo
"preparados" mal suportamos as cargas e com lágrimas as carregamos.
Se a dor vence a força é porque a paz
estava no descanso eterno.
Compreendemos mal essas verdades; vivemos
mal essas verdades e se não aceitamos, aprendemos o que significa a resignação.
Grandes tragédias sempre existiram.
Guerras, enchentes, terremotos, pragas
e pestes, cidades inteiras destruídas já são citadas no Antigo Testamento... o
que é diferente nos dias atuais são os meios de comunicação que tornam tudo imediatamente
acessível, aos ouvidos e olhos.
Se não sabemos, não sofremos; se
sabemos e não vemos, sofremos menos.
Nosso amor a Deus não pode ser
condicional ao que vivemos, por que o amor d’Ele não é condicional ao que
oferecemos.
Isso não é uma palavra de consolo, nem
uma pequena luz de esperança para o dia de amanhã, mas uma verdade que nos conduzirá ao sentimento de paz e à
vida eterna.
Se as cargas são por demais pesadas e aparentemente insuportáveis e continuamos de pé é que ainda temos um caminho pela frente, para viver e estender a mão aos que carregam cruzes mais pesadas que as nossas.
Leticia Thompson
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