segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A Elegância




Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara:
  • A elegância do comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.

Nas pessoas que escutam mais do que falam.

E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no dia a dia.

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas.

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores, porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é:
  • Quem demonstra interesse por assuntos que desconhece,
  • É quem presenteia fora as datas festivas,
  • É quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se atende.
  • Oferecer flores é sempre elegante.
  • Não ficar espaçoso demais.
  • Não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.
  • Não falar de dinheiro em bate-papos informais.
  • Retribuir carinho e solidariedade.

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social:

  • É só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que “com amigo não tem que ter estas frescuras”.

Se os amigos não merecem certa cordialidade, os inimigos é que não irá desfrutá-la.

Educação enferruja por falta de uso.

E, detalhe:

Não é frescura...
 É A ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO. . .

Feliz 2012!
Eliane de Pádua

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