Com o imenso número de pobres no
mundo, por que a pobreza ainda permanece tão forte e devastadora?
Por um motivo muito simples…
Boa parte das pessoas pobres, na
realidade, não quer o fim da pobreza, mas sim eles mesmos se tornarem ricos.
Se os pobres quisessem mesmo o fim da
pobreza, não existiria mais pobreza, pois todos os pobres se uniriam para esse
fim…. e o capitalismo seria insustentável.
A maioria vive boa parte da vida na
expectativa de se tornar rico e de aproveitar o máximo do mundo do consumo.
Isso ocorre porque, no fundo, os
pobres gostam do próprio capitalismo que os exclui e segrega.
São poucos os que pensam assim “Sim,
eu vivi e vivo na pobreza. Sei de todas as dificuldades e
sofrimentos que a pobreza pode provocar nos seres humanos. Por isso, vou me esforçar pelo fim da
pobreza, ou ao menos pela sua diminuição, para que ninguém mais passe pelo que
passei.
Parece que a maioria das pessoas
pobres pensa assim: “Sim, eu vivi e vivo a pobreza. Sei
de todas as suas dificuldades e sofrimentos. Por isso, não quero ser pobre
nunca mais e vou me esforçar ao máximo para ganhar dinheiro e me tornar rico,
para nunca mais passar por isso.”
Enquanto a maioria optar pela segunda
via, nada vai mudar em nosso mundo.
As diferenças sociais persistirão, a
pobreza reinará e a exclusão social continuará sendo uma dura realidade.
Fica claro que a maioria não sonha
com o fim da pobreza, com o fim da exclusão… eles sonham com um dia, quem sabe,
eles mesmos se tornarem aqueles que excluem aqueles que segregam, e se
colocarem no topo da pirâmide social.
De oprimidos, eles anseiam em se
tornar os opressores, e assim, “vencer” na vida.
Isso fica evidente quando observamos
que muitas pessoas que são excluídas socialmente ainda assim defendem o
sistema; defendem seus opressores; defendem a divisão de classes; defendem o
mundo do consumo desenfreado de forma irrefletida e cega.
Eles não fazem uma reflexão sobre sua
condição, mas na primeira oportunidade de uma mínima ascensão social, se jogam
nas delícias do capitalismo para usufruí-las e compensar tudo o que não fizeram
anteriormente.
Provavelmente, o tempo que essas pessoas ficaram na total
carência de recursos e fora de uma zona média de consumo as induz a buscarem
ainda mais o consumismo.
Essa é a triste realidade do nosso
mundo.
Eliane de Pádua |
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