quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Atitude e informação


Eu li e gostei, então postei e espero que goste também, é uma definição curiosíssima sobre “OS RICOS POBRES” por W.Olivetto



Que sem exagero, Washington Olivetto está para a publicidade, assim como Ayrton Senna está para a Fórmula 1 e Pelé para o Futebol. Olivetto é uma lenda viva da publicidade mundial, tido como o maior publicitário da América Latina e não tem como falar da história da publicidade nacional, sem citá-lo.


 ... uma declaração do publicitário Washington Olivetto  em que ele diz que há no mundo os ricos-ricos (que têm dinheiro e têm cultura), os pobres-ricos (que não têm dinheiro, mas são agitadores intelectuais, possuem antenas que captam boas e novas ideias) e os rico-pobres, que são a pior espécie:

Têm dinheiro, mas não gastam um único tostão da sua fortuna em livrarias, shows ou galerias de arte, apenas torram em futilidades e propagam a ignorância e a grosseria.

Os ricos-ricos movimenta a economia gastando em cultura, educação e viagens, e com isso propagam o que conhecem e divulgam bons hábitos.

Os pobres-ricos não têm saldo invejável no banco, mas são criativos, efervescentes, abertos.

A riqueza destes dois grupos está na qualidade da informação que possuem, na sua curiosidade, na inteligência que cultivam e passam adiante.

São estes dois grupos que fazem com que uma nação se desenvolva.

Infelizmente, são os dois grupos menos representativos da sociedade brasileira.

O que temos aqui, em maior número, é um grupo que Olivetto nem mencionou, os pobres-pobres, que devido ao baixíssimo poder aquisitivo e quase inexistente acesso à cultura, infelizmente não ganham, não gastam, não aprendem e não ensinam:

Ficam à margem, feito zumbis.

E temos os rico-pobres, que têm o bolso cheio e poderiam ajudar a fazer deste país um lugar que mereça ser chamado de civilizado, mas que nada:

Eles só propagam atraso, só propagam arrogância, só propagam sua pobreza de espírito.

Exemplos?

Vou começar por uma cena que testemunhei semana passada.

Estava dirigindo quando o sinal fechou. 

Parei atrás de um Audi A6 zero quilometro. 


Um Carrão.

Dentro, um sujeito de terno e gravata que, cheio de si, não teve dúvida:

Abriu o vidro automático, amassou uma embalagem de cigarro vazia e a jogou pela janela no meio da rua, como se o asfalto fosse uma lixeira pública.

O carrão é só um disfarce que ele pôde comprar, no fundo é um pobretão que só tem a oferecer sua miséria existencial.

Os rico-pobres não têm verniz, não têm sensibilidade, não têm alcance para ir além do óbvio.

Só têm dinheiro.

Os rico-pobres pede no restaurante o vinho mais caro e tratam o garçom com desdém, vestem-se de Prada e sentam com as pernas abertas, viajam para Paris e não sabem quem foi Degas ou Monet.

Possuem tevês de plasma em todos os aposentos da casa, só assiste programa de auditório e mandam o filho pra Disney e nunca foram a uma reunião da escola.

E, claro, dirigem um carrão e jogam lixo pela janela.

Uma esmolinha para eles, pelo amor de Deus...


O Brasil tem uma saída se deixar de ser preconceituoso com os ricos-ricos (que ganham dinheiro honestamente e sabem que ele serve não só para proporcionar conforto, mas também para promover o conhecimento) e se valorizar os pobres-ricos, que são aqueles inúmeros indivíduos que fazem malabarismo para sobreviver, mas por outro lado, são interessados em teatro, música,  cinema, literatura, moda, esportes, gastronomia, tecnologia e,  principalmente, interessados nos outros seres humanos, fazendo da sua cidade um lugar desafiante e empolgante.


É este luxo de que precisamos, porque luxo é ter recursos para melhorar o mundo que nos coube.

E recurso não é só Money: 

É atitude e informação...


Pense nisso

Eliane de Pádua

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