A vida pede mais que sobreviver; ela exige coragem.
Coragem para reconhecer que cada um tem seu próprio relógio, com ponteiros que se movem de forma única.
Não existe uma régua universal, uma métrica para todos.
É um erro acreditar que a pressa define sucesso ou que a espera seja fracasso.
Vivemos em tempos onde o imediato seduz, mas a ansiedade é uma ladra silenciosa, roubando a apreciação do presente e fazendo do futuro uma urgência.
A sabedoria está em aceitar que há tempo para plantar, regar e, só então, colher.
Amar o que somos e o que vivemos agora, com suas imperfeições, é um ato de coragem.
Às vezes, em momentos de grande felicidade, nos vemos chorando, não sorrindo.
Isso nos lembra que a vida, assim como nós, não cabe em uma lógica simples.
Quando sentimos demais, as fronteiras entre riso e pranto se dissolvem.
Seria tolice racionalizar tudo.
Como canta Eminem:
"As coisas nem sempre podem fazer sentido pra você agora."
E está tudo bem.
Para que o novo surja, sentimentos antigos precisam ser deixados para trás.
Abraçar o imprevisível requer coragem, mesmo que o medo de tropeçar nos faça hesitar.
O importante é não deixar o medo paralisar; o tropeço faz parte do caminho.
Na era das redes, somos bombardeados por recortes de vidas alheias, versões idealizadas que nos afastam de quem somos.
Essas narrativas platônicas alimentam comparações injustas, nos fazendo sentir pequenos diante de existências fabricadas.
Mas há valor em viver sem filtros, reconhecendo a verdade do que é vivido, sem precisar provar nada.
Amar nosso destino, sem ilusões, é um ato revolucionário.
Não é sobre o que mostramos, mas sobre o que realmente acolhemos de nós mesmos.
O amor nos recebe quando nascemos, e sem ele, não temos chance, mas o amor não garante a vida; ele apenas a inaugura.
O verdadeiro desafio está em aprender a amar o caminho, com suas sombras e luzes, curvas e retas.
Ser recebido com amor é vital, mas ser fiel à nossa própria história é o que nos sustenta.
Como disse Anais Nin:
“A vida se contrai e se expande proporcionalmente à coragem do indivíduo.”
REFLEXÃO
A vida exige da nossa parte uma coragem constante, assim como uma forte determinação. Não é fácil enfrentar os grandes obstáculos que ocasionalmente nos surgem, não é simples vencer o desalento de as coisas nem sempre corresponderem às nossas expectativas. É necessário manter o foco nos objetivos, estar otimista mesmo nas fases menos positivas que às vezes nos assolam.
Nenhuma tempestade dura eternamente e, se formos íntegros, mais tarde ou mais cedo acabaremos por vencer.
Eliane de Pádua