HUMANOS
Você não precisa mudar por ninguém, existe um alguém
que vai te achar perfeita/o do jeito que você é.
Por sermos limitados ao presente, o futuro normalmente nos
instiga - ou assusta - mais. Conhecemos tudo o que se passou, e então nos
acomodamos com os ganhos e até com as dores passadas. Apegamo-nos porque o
futuro é incerto, aparentemente sem graça e como se nada novo ou incitante
viesse a acontecer novamente. Acomodamo-nos na medida em que nos acovardamos
frente ao desconhecido, ao que pode acontecer. Entretanto, é preciso ter em
mente que há muito que viver, muitas pessoas para conhecer, muitas surpresas
por encontrar; muito o que crescer e se fortalecer. Prender-se aos
acontecimentos do passado, não os deixar morrer por receio de que a emoção se
acabe é algo bastante pobre.
Superação é você colocar esforço onde
pensa que não cabe mais nada.
É preciso coragem para dar um pouco de espaço às nossas
emoções e espontaneidade, à consciência de que não temos o controle de tudo.
Embora em meu caso, por exemplo, a racionalidade irá sempre ser privilegiada.
E, por meio dela, eu geralmente tenho consciência no que de fato devo me
envolver ou não. Fica claro algo que com o tempo se tornará tóxico a mim (e não
necessariamente somará) e, portanto, eu tenho desde cedo que já me preparar
para o seu fim, mesmo que naquele momento esteja sendo produtivo e divertido;
esteja me acrescentando e me fazendo crescer. Nunca foi para mim, exceto no
período em que nos tivemos. Mas agora todas as partes envolvidas precisam
morrer para o que já se desfaleceu, pois não cabe mais em nossas vidas, pelo
menos se quisermos prosseguir com nossa evolução. Não podemos estar presos:
algo novo sempre quer nascer mais forte que o velho - este, pelo qual seremos
sempre gratos por inúmeras coisas e que nos deixará, ora e outra, alguma
saudade (mas que seja uma saudade saudável e não coberta pelo desespero).
Tentar, ainda, descobrir a psicologia alheia e suas razões
para alguma decisão a fim de satisfazer-se (ou não) com a compreensão do que
aconteceu, é uma mania nociva, neurótica e desnecessária. Às vezes nem sendo
nós mesmos temos total discernimento sobre o porquê decidimos ou queremos
alguma coisa! E aqui o perdão entra com força: guardar rancor pode ser infantil
e muita das vezes extrema.
Temos tanto medo que alguém nos machuque que raramente vamos
até ao fim de uma situação, pulando fora baseado em nossos achismos, antes que
tal pessoa “seja escrota” ou algo do gênero conosco. Findamos, muitas vezes, um
problema sem saber com clareza qual era a sua verdadeira raiz. É falta de
comunicação e falta de confiar no que sentimos.
Relacionamentos humanos são altamente sensíveis e podem se findar por motivos banais; por nossos próprios erros que não queriam ter sido cometidos, mas que simplesmente fugiram ao nosso controle.
Ainda não sabemos lidar muito bem.
A humanidade, muitas das vezes, é bastante imatura, especialmente
em assuntos que são superestimados em que nos cobramos perfeição.
A mentira, por sua vez, ultrapassa o nível de infantilidade
beirando a covardia bem como o mau-caratismo.
Relacionamentos humanos são tão superestimados que não
entendemos que nosso valor e excepcionalidade independem do que representamos
às outras pessoas. É essencial identificarmos o que nós verdadeiramente
queremos e não o que a outra pessoa quer ou enxerga em nós. Seria interessante
também distinguirmos um interesse real que os outros têm pela gente, como por
exemplo, por nossa mente e ideias. Isso muitas vezes passa despercebido,
fazendo-nos contentar com um interesse mais instantâneo que todo o mundo
geralmente tem: um interesse social e externo. Talvez as pessoas nem saibam o porquê
de se aproximarem de outras, pois estamos todos perdidos em nós mesmos.
Os altos e baixos farão sempre parte.
Temos de aprender a lidar com isso, começando por sentirmos o
nosso valor especialmente nos momentos em que tudo parece estar contra nós, e não
apenas quando tudo está dando certo.
É importante que você não esteja contra você nos piores
momentos; nessas horas, a expressão de nossa personalidade e dignidade devem se
realçar.
Entendi que em um mundo onde podemos ser qualquer coisa,
devemos ser “gentis”.
Seja gentil, no mínimo ganhará experiências.
Forte abraço,
Eliane de Pádua
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