domingo, 22 de abril de 2018

A ACEITAÇÃO




As adversidades chegam quando menos esperamos. 

Elas não se anunciam, como as grandes tempestades ou os vulcões, elas aparecem, simplesmente. 

Pegam-nos de assalto, nos deixam estáticos, sem reação.

E nós que pensávamos que certas coisas só aconteciam com os outros, sem nunca refletir que somos os outros de outros! 

Estamos sim, debaixo do mesmo céu, sujeitos às mesmas ventanias, aos mesmos vendavais, somos tão vulneráveis quanto quaisquer outros seres humanos.

Mas aprendemos que vida é luta e por isso lutamos. 

Utilizamos todas as armas colocadas à nossa disposição e com a permissão de Deus.

Deus!!! Ah, sim... nos lembramos d’Ele com mais freqüência. 

Todas as pessoas não possuem essa habilidade de cada manhã e cada noite chegar aos pés d’Ele para agradecer pela saúde, pela felicidade, por que tudo vai bem. 

Mas quando o mundo cai na nossa cabeça é como se descobríssemos essa verdade irrefutável: Deus existe!

E com o coração dolorido e cansado, continuamos lutando, fazemos nossa parte, tentamos segurar a vida até que nos sentimos impotentes e nos dizemos que nada mais há a fazer.

Seria preciso ter a paciência de Jô para esperarmos com a certeza que dias melhores virão.

Portanto, há ainda, com o sopro de vida, uma última esperança: 
A oração!

Quando achamos que perdemos tudo, podemos ainda dobrar os joelhos para chegarmos à presença de Deus.

É difícil aceitar o sofrimento e a dor, mas a aceitação é o primeiro passo para melhor vivê-los, suportá-los e, quem sabe, vencê-los. 

Não somos assim tão diferentes dos outros, não possuímos casas construídas sobre rochas e somos vulneráveis, precisamos reconhecer isso antes de tudo. 

Somos humanos. 

Humanos e dependentes  d’Aquele que nos criou.

Muitas vezes é necessário cairmos para que reconheçamos o quanto precisamos de uma mão; é preciso uma doença para aprender o valor da vida, para que saibamos o que significa união, como um balde de água fria na nossa cabeça que nos acorda e nos deixa mais atentos. 

Olhamos mais à nossa volta, percebemos que nossos sentimentos são mais sólidos e visíveis do que pensávamos, despertamos talvez, para pessoas que estavam perfeitamente invisíveis aos nossos olhos.

A dor une muito mais que a felicidade, porque as pessoas procuram apoiar e se apoiar. 

E ela nos abre os olhos para Deus. Não... Tudo não está perdido! 

Mas nem sempre a solução é a que esperamos ou desejamos. 

É preciso que, com joelhos no chão e coração aberto possamos estar prontos para receber, não o que merecemos, mas o que precisamos que seja: a cura, a vida ou a consolação.

Jesus aceitou a cruz porque sabia que seria vitorioso.

E que, hoje, possamos aprender com Ele a aceitar nossos fardos, não como castigos, mas como lições de vida, dessas que vamos descobrindo devagarzinho, que doem, mas que nos levam adiante, sempre vitoriosos, porque sabemos que não carregamos sozinhos.



Eliane de Pádua




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