quinta-feira, 26 de abril de 2018

A LAMPADA MÁGICA




Dois funcionários e o gerente de uma empresa saem para almoçar e, na rua, encontram uma antiga lâmpada mágica.

Eles esfregam a lâmpada e de dentro dela sai um gênio.






O gênio diz:

- Eu só posso conceder três desejos, então, concederei um a cada um de vocês!

- Eu primeiro, eu primeiro, grita um dos funcionários! Eu quero estar nas Bahamas dirigindo um barco, sem ter nenhuma preocupação na vida. Puff ! E ele foi.

O outro funcionário se apressa a fazer o seu pedido:
- Eu quero estar no Havaí, com o amor da minha vida e um provimento interminável de comida e bebidas. Puff! E ele se foi.

Agora você, diz o gênio para o gerente.
- Eu quero aqueles dois folgados de volta ao escritório logo depois do almoço para uma reunião!

Conclusão
Deixe sempre o seu chefe falar primeiro.




ELIANE DE PÁDUA

O CAVALO







Um cavalo estava amarrado a uma árvore.
Um demônio veio e o soltou.


O cavalo entrou na horta de camponeses vizinhos e começou a comer tudo. A mulher do dono da horta, quando viu aquilo, pegou o rifle e matou o cavalo.


O dono do cavalo viu o cavalo morto, ficou enraivecido e também pegou seu rifle e atirou contra a mulher.


Ao voltar para casa, o camponês encontrou a mulher morta e matou o dono do cavalo.


Os filhos do dono do cavalo, ao ver o pai morto, queimaram a fazenda do camponês. O camponês, em represália, os matou.


Aí perguntaram ao demônio o que ele havia feito e ele respondeu:


– “Não fiz nada, só soltei o cavalo”.




REFLEXÃO:

Viu? 
O diabo faz coisas simples, porque sabe que se o nosso coração está sujo com a nossa maldade fazemos o resto.

Por isso vamos pensar antes de fazer algo vingativo, mandar indiretas, desejar ou maquinar o mal contra nossos irmãos!

Vamos cuidar do nosso coração, porque para o Demônio basta só "soltar o cavalo".


Eliane de Pádua


domingo, 22 de abril de 2018

ESTÁ CONSUMADO



Do nada me vi dentro de uma sala.

Não existia nada de interessante nela, exceto uma parede cheia de gavetas usada para guardar cartões.

Aqueles cartões que existem em bibliotecas públicas, de arquivo de livros, etc.

Mas estes arquivos, além de irem do chão ao teto, pareciam não ter fim e tinham também títulos bem diferentes.

Quando me aproximei destes arquivos, sem ninguém precisar me dizer, descobri onde estava.

Esta sala sem vida era, na realidade, o catálogo da minha vida.

Aqui estava tudo organizado por ações, todos os meus momentos, grandes e pequenos, em detalhes que minha mente não podia acompanhar.

Um senso de curiosidade e espanto, misturado com horror surgia dentro de mim ao abrir cada gaveta para descobrir seu conteúdo.

Algumas me traziam belas alegrias e contentamento, saudade e memórias.

Outras me traziam vergonha, tão grande que olhei por detrás de mim para ver se havia alguém me espiando.

O arquivo intitulado “Amigos” estava ao lado do arquivo “Amigos que traí”.

Os títulos iam do mero mundano à extrema loucura:
“Livros que li”, “Mentiras que contei”, “Conselhos que dei”,  “Piadas das quais ri”. Alguns eram hilariantes devido à sua exatidão: “Coisas que gritei aos meus irmãos”.

Em outros não havia a menor graça:
“Coisas que fiz quando estava com raiva”, “Palavras que proferi contra meus pais por trás deles”.

Eu não parava de me surpreender com cada conteúdo que se apresentava.

Alguns arquivos tinham normalmente mais cartões do que eu esperava. E outras vezes, menos do que eu sonhava.

Eu estava estupefato com o volume de coisas que fiz durante minha curta vida.

Como eu pude ter tido o tempo necessário para escrever esses milhões e milhões de cartões, cada um em sua exatidão?!

Mas cada cartão confirmava uma verdade.

Cada um deles eu havia escrito com meu próprio punho e constava a minha assinatura em todos.

Quando puxei o arquivo “Músicas que escutei”, vi que o arquivo crescia para conter todo o seu conteúdo.

Depois de puxar uns 4 ou 5 metros resolvi fechá-lo envergonhado. 

Não somente pela qualidade depravada das músicas, mas também pelo vasto tempo perdido que todo aquele arquivo representava.

Cheguei então num arquivo intitulado “Pensamentos sensuais”. Senti um calafrio percorrer todo o meu corpo.

Abri a gaveta somente um pouquinho, pois não estava a fim de testar o tamanho, e tirei um dos cartões. Fiquei todo arrepiado com o conteúdo. Senti-me mal em saber que este momento havia sido gravado.

Uma raiva animal tomou posse de mim.

Um pensamento tomou conta de mim:
“Ninguém deve saber da existência desses cartões!  Ninguém  deve  entrar nesta sala! Tenho que destruir tudo!”

Em frenéticos e loucos movimentos puxei uma das gavetas, estendendo metros e metros de conteúdo infinito.

O tamanho do arquivo não importava.

Nem o tempo que eu levaria para destruí-lo.

Quando a gaveta saiu, taquei-a no chão, de cabeça para baixo, e descobri que todos os cartões estavam grudados!

Fiquei desesperado e peguei um bolo de cartões para rasgá-los.

Não consegui.

Peguei um.

Era duro como aço quando tentei rasgá-lo.

Derrotado e cansado, retornei a gaveta de volta ao seu lugar e encostando minha cabeça contra a parede, deixei um triste suspiro sair de mim.

Foi então que eu vi:
Um arquivo novo, como se nunca tivesse sido usado. A argolinha pra puxar brilhando de limpa debaixo do título “Pessoas com quem falei de Cristo.” 

Puxei o arquivo - 5 centímetros de comprimento. Eu podia conter os cartõezinhos em minha mão.

Aí, então, as lágrimas vieram. Comecei a chorar. Soluços tão profundos que machucavam meu estômago e me faziam tremer todo.

Caí de joelhos e chorei mais e mais.

Chorei de vergonha, de pura vergonha.

A infinita parede de arquivos, já embaçada pelas minhas lágrimas olhava de volta para mim, imóvel, insensível.

Pensei:
“Ninguém pode entrar aqui. Tenho que trancar esta sala e destruir ou esconder a chave”.

Quando enxugava as lágrimas eu O vi.

Não! Ele não! Não aqui!

Todo mundo, menos Jesus!

Olhei-O, sem poder fazer nada, enquanto ele aproximou-se das gavetas e começou a abri-las, uma por uma, lendo os seus conteúdos.

Eu não podia ver a Sua reação.

Nos momentos em que tomava coragem suficiente para olhar em Seu rosto, eu via uma tristeza bem mais profunda do que a minha.

E parece que Ele ia exatamente aos piores títulos.

E Ele tinha que ler cartão por cartão?

Finalmente, Ele virou-se e ficou me olhando, desde o outro lado da sala onde estava.

Olhou-me com dó em Seus olhos.

Não havia nenhuma raiva.

Abaixei a cabeça e comecei a chorar, cobrindo minha face com as mãos.

Ele andou até mim, abraçou-me, mas não me disse nada.

Ah! Ele poderia ter dito tantas coisas! Mas não abriu a boca. Simplesmente chorou comigo.

Depois, levantou-se e dirigiu-se para a primeira fila de arquivos.

Abriu a primeira gaveta, numa altura que eu não alcançava, tirou o primeiro cartão e assinou o Seu nome.

E assim começou a fazer com todos os cartões.
Quando percebi o que Ele estava fazendo gritei “Não!” bem alto, correndo em Sua direção.
Tudo o que eu podia dizer era: “Não!” “Não!”.

Seu nome não deveria estar nestes cartões. Mas ali estava, escrito num vermelho tão rico, tão escuro e tão vívido.

O nome de Jesus cobriu o meu.

Estava escrito com Seu próprio sangue.

Ele olhou para mim um tanto triste e continuou a assinar.

Nunca entenderei como Ele assinou todos os cartões tão depressa, pois quando me dei conta, Ele já estava ao meu lado.

Colocou a mão no meu ombro e disse:
“Está consumado”.

Levantei-me e Ele levou-me para fora daquela sala.

Não existia fechadura na porta, e ainda existem muitos cartões a serem escritos...

Vamos preenchê-los com muito amor e humildade!


Eliane de Pádua



A ACEITAÇÃO




As adversidades chegam quando menos esperamos. 

Elas não se anunciam, como as grandes tempestades ou os vulcões, elas aparecem, simplesmente. 

Pegam-nos de assalto, nos deixam estáticos, sem reação.

E nós que pensávamos que certas coisas só aconteciam com os outros, sem nunca refletir que somos os outros de outros! 

Estamos sim, debaixo do mesmo céu, sujeitos às mesmas ventanias, aos mesmos vendavais, somos tão vulneráveis quanto quaisquer outros seres humanos.

Mas aprendemos que vida é luta e por isso lutamos. 

Utilizamos todas as armas colocadas à nossa disposição e com a permissão de Deus.

Deus!!! Ah, sim... nos lembramos d’Ele com mais freqüência. 

Todas as pessoas não possuem essa habilidade de cada manhã e cada noite chegar aos pés d’Ele para agradecer pela saúde, pela felicidade, por que tudo vai bem. 

Mas quando o mundo cai na nossa cabeça é como se descobríssemos essa verdade irrefutável: Deus existe!

E com o coração dolorido e cansado, continuamos lutando, fazemos nossa parte, tentamos segurar a vida até que nos sentimos impotentes e nos dizemos que nada mais há a fazer.

Seria preciso ter a paciência de Jô para esperarmos com a certeza que dias melhores virão.

Portanto, há ainda, com o sopro de vida, uma última esperança: 
A oração!

Quando achamos que perdemos tudo, podemos ainda dobrar os joelhos para chegarmos à presença de Deus.

É difícil aceitar o sofrimento e a dor, mas a aceitação é o primeiro passo para melhor vivê-los, suportá-los e, quem sabe, vencê-los. 

Não somos assim tão diferentes dos outros, não possuímos casas construídas sobre rochas e somos vulneráveis, precisamos reconhecer isso antes de tudo. 

Somos humanos. 

Humanos e dependentes  d’Aquele que nos criou.

Muitas vezes é necessário cairmos para que reconheçamos o quanto precisamos de uma mão; é preciso uma doença para aprender o valor da vida, para que saibamos o que significa união, como um balde de água fria na nossa cabeça que nos acorda e nos deixa mais atentos. 

Olhamos mais à nossa volta, percebemos que nossos sentimentos são mais sólidos e visíveis do que pensávamos, despertamos talvez, para pessoas que estavam perfeitamente invisíveis aos nossos olhos.

A dor une muito mais que a felicidade, porque as pessoas procuram apoiar e se apoiar. 

E ela nos abre os olhos para Deus. Não... Tudo não está perdido! 

Mas nem sempre a solução é a que esperamos ou desejamos. 

É preciso que, com joelhos no chão e coração aberto possamos estar prontos para receber, não o que merecemos, mas o que precisamos que seja: a cura, a vida ou a consolação.

Jesus aceitou a cruz porque sabia que seria vitorioso.

E que, hoje, possamos aprender com Ele a aceitar nossos fardos, não como castigos, mas como lições de vida, dessas que vamos descobrindo devagarzinho, que doem, mas que nos levam adiante, sempre vitoriosos, porque sabemos que não carregamos sozinhos.



Eliane de Pádua