Hoje vou escolher só a felicidade,
ela combina bem com tudo e torna meu sorriso absurdamente charmoso. Vou guardar
as olheiras do desânimo e vou soltar em algum mato os grilos da minha cabeça.
Abrirei um mapa de possibilidades e
vou circular tudo que gostaria de conhecer e fazer, mas que deixei
irremediavelmente para depois.
Aquele depois que parece um saco sem fundo no
qual atiramos nossas vontades mais delirantes.
Vou abraçar-me demorado e me
perguntar dos gostos meus, se eles ainda são aqueles de antes das imposições do
que precisa ser feito.
Vou subverter o tempo e saltar sobre
ele, voltando para dias de escolhas que mudaram minha vida. Vou me olhar
carinhosa e me puxar para um canto e, em cochichos, contarei a mim todas as
verdades que descobri.
Vou fazer dieta de sofrimento, de
autopiedade, de culpa, de contentamento e vou salgar minha comida com um monte
de coragem ousada.
Vou me apaixonar por mim, por todas
minhas mazelas e por todas minhas tentativas. Rirei dos meus erros bobos, mas
guardarei todos nos bolsos para não repeti-los amanhã.
Vou abraçar meu coração e adormecer.
E de manhã, quando o sol gritar “recomeço” vou sair pela porta de mãos dadas
com tudo que sou, carregando comigo a certeza de que minhas escolhas serão acertadas
por levarem em conta especialmente o que é também bom para mim.
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