Eu li e gostei, então postei e espero que goste também, é uma definição curiosíssima sobre “OS RICOS POBRES” por W.Olivetto
Que sem exagero, Washington Olivetto está
para a publicidade, assim como Ayrton Senna está para a Fórmula 1 e Pelé para o
Futebol. Olivetto é uma lenda viva da
publicidade mundial, tido como o maior publicitário da América Latina e não
tem como falar da história da publicidade nacional, sem citá-lo.
... uma declaração do publicitário Washington Olivetto em que ele diz que há no mundo os ricos-ricos
(que têm dinheiro e têm cultura), os pobres-ricos (que não têm dinheiro, mas são agitadores intelectuais, possuem antenas que captam boas e novas ideias)
e os rico-pobres, que são a pior espécie:
Têm dinheiro, mas não gastam um único
tostão da sua fortuna em livrarias, shows ou galerias de arte, apenas torram em
futilidades e propagam a ignorância e a grosseria.
Os ricos-ricos movimenta a
economia gastando em cultura, educação e viagens, e com isso propagam o que
conhecem e divulgam bons hábitos.
Os pobres-ricos não têm
saldo invejável no banco, mas são criativos, efervescentes, abertos.
A riqueza destes dois grupos está na
qualidade da informação que possuem, na sua curiosidade, na inteligência
que cultivam e passam adiante.
São estes dois grupos que fazem com
que uma nação se desenvolva.
Infelizmente, são os dois grupos
menos representativos da sociedade brasileira.
O que temos aqui, em maior número, é
um grupo que Olivetto nem mencionou, os pobres-pobres, que devido ao
baixíssimo poder aquisitivo e quase inexistente acesso à cultura, infelizmente
não ganham, não gastam, não aprendem e não ensinam:
Ficam à margem, feito
zumbis.
E temos os rico-pobres, que têm
o bolso cheio e poderiam ajudar a fazer deste país um lugar que mereça ser
chamado de civilizado, mas que nada:
Eles só propagam atraso, só propagam
arrogância, só propagam sua pobreza de espírito.
Exemplos?
Vou começar por uma cena que
testemunhei semana passada.
Estava dirigindo quando o sinal
fechou.
Parei atrás de um Audi A6
zero quilometro.
Um Carrão.
Dentro, um sujeito de terno e gravata
que, cheio de si, não teve dúvida:
Abriu o vidro automático, amassou uma
embalagem de cigarro vazia e a jogou pela janela no meio da rua, como se o
asfalto fosse uma lixeira pública.
O carrão é só um disfarce que ele pôde comprar, no fundo é um pobretão que só tem a
oferecer sua miséria existencial.
Os rico-pobres não têm
verniz, não têm sensibilidade, não têm alcance para ir além do óbvio.
Só têm dinheiro.
Os rico-pobres pede no restaurante o
vinho mais caro e tratam o garçom com desdém, vestem-se de Prada e sentam com
as pernas abertas, viajam para Paris e não sabem quem foi Degas ou Monet.
Possuem tevês de plasma em todos os
aposentos da casa, só assiste programa de auditório e mandam o filho pra Disney
e nunca foram a uma reunião da escola.
E, claro, dirigem um carrão e jogam
lixo pela janela.
Uma esmolinha para eles, pelo amor de
Deus...
O Brasil tem uma saída
se deixar de ser preconceituoso com os ricos-ricos (que ganham dinheiro
honestamente e sabem que ele serve não só para proporcionar conforto, mas
também para promover o conhecimento) e se valorizar os pobres-ricos, que
são aqueles inúmeros indivíduos que fazem malabarismo para sobreviver, mas por
outro lado, são interessados em teatro, música, cinema, literatura, moda,
esportes, gastronomia, tecnologia e, principalmente, interessados nos
outros seres humanos, fazendo da sua cidade um lugar desafiante e empolgante.
É este luxo de que
precisamos, porque luxo é ter recursos para melhorar o mundo que nos coube.
E recurso não é só Money:
É atitude e informação...
Pense nisso
Eliane de Pádua
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