Em todas as fases da vida os desafios se apresentam.
Na infância, há os trabalhos escolares, a tarefa cada vez
mais complexa.
Na adolescência, perceber o mundo pode ser bastante doloroso.
Na juventude, deve-se optar por uma profissão e
desenvolver esforços para conquistá-la.
Na época da maturidade, surgem problemas com filhos e
abundam desafios profissionais.
Na velhice, o balanço do que se viveu pode causar decepção,
sem falar nas forças físicas em declínio.
Permeando tudo isso, há problemas de saúde e amorosos, além
de dificuldades com a família.
A vida é repleta de encontros e desencontros, de
despedidas, lutas, vitórias e fracassos.
Dependendo do ângulo que se analisa, a vida pode parecer
um castigo, um autêntico peso a ser suportado.
E realmente os problemas são inerentes ao viver.
Desconhece-se alguém que tenha atravessado a existência
sem enfrentar dúvidas e crises.
Entretanto, viver é uma dádiva divina.
Embora a vida também envolva dores e sacrifícios, ela não
se resume nisso.
Há a emoção do nascimento de um filho, a alegria de amar e
ser amado, a beleza de um pôr-do-sol.
Depende de cada um escolher quais aspectos de sua existência
irá valorizar.
É possível manter a mente focada na longa enfermidade que
se atravessou, ou nas lições que com ela foram aprendidas.
Podem-se destacar os esforços feitos em determinada direção,
ou a satisfação da vitória.
Conforme seja enfocado o aspecto positivo ou negativo
das experiências, viver será algo mais ou menos leve.
Mas há outro aspecto a ser considerado a respeito
das dificuldades inerentes à existência humana.
Como tudo no universo, os homens estão em constante aprimoramento.
Todos são espíritos, em jornada para a amplitude.
A existência terrena é um diminuto instante nessa
maravilhosa viagem pelo infinito.
Após estagiar por longo tempo na seara do instinto, a
humanidade desenvolve sua razão e ruma para a angelitude.
Para isso, necessita aprimorar sua sensibilidade,
tornar-se valorosa e nobre.
As experiências com que a criatura se depara
voltam-se justamente a prepará-la para seu glorioso porvir.
É preciso que os instintos gradualmente percam sua força,
dando lugar às virtudes.
Assim, amar não mais como manifestação de posse, mas de
forma sublime, preocupando-se em ver feliz o ser amado.
Educar a própria libido, percebendo-a como energia criativa,
em harmonia com o cosmo.
Esquecer a tendência de dominar pela força, aprendendo
a convencer pela lucidez dos argumentos.
Abdicar da violência, desenvolvendo a afabilidade e a doçura.
A vida chama as criaturas para um amanhã de luz, de paz
e ventura.
Ocorre não ser possível cultivar um jardim em pleno charco.
Justamente por isso viver parece tão difícil.
É que os homens são constantemente convidados a abrir mão
de velhos vícios.
Tanto maior seja a resistência em aprender a lição, tanto
mais contundente ela será.
Reflexão
–
Assim, se você quer ser feliz, desfrutar de bem-estar, passe
a remar a favor da maré. Dome seus vícios, conscientizando-se de que eles
é que o infelicitam e tornam sua existência penosa. Ame a vida, seja
honesto, trabalhador, bondoso e puro. Em pouco tempo seu viver se tornará leve
e prazeroso, pois você terá instalado um céu dentro de sua própria
consciência.
Eliane de Pádua |
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