sábado, 24 de maio de 2014

Quem eu sou?

Quem sou eu no contexto do Universo?




Penso em Deus, penso na vida, penso em tudo que me cerca e me interrogo a respeito da função de tudo quanto vibra, de tudo quanto existe sob os céus e guardo grande ansiedade de saber sobre mim mesmo.

Serei, tão-somente, um corpo que desfila inteligentes quão misteriosas habilidades?

Serei um caminhante solitário, em meio à gigantesca massa humana, destinado a encarar complicados problemas, a enfrentar desafios?

Serei um átomo excitado diante dos esplendores das incontáveis galáxias?

Serei, porventura, produto da casualidade sem projeto, sem programa, sem razão de ser?

Como explicar-me, a mim próprio, como um itinerante aprendiz das pautas do infindo Cosmo?

Serei alguém fadado ao sofrimento, a chorar de pesar em todos os momentos?

Serei um ser destinado à intensa dor, duradoura, sem esperança de tempos melhores, de felicidade?

Serei um indivíduo levado pelas mãos do desencanto à estalagem das ansiedades e das frustrações?

Somente há dor e fel por onde eu possa trilhar, como se toda a existência não passasse de um fumo entediante, asfixiante, a sugar-me a vontade de avançar, de sorrir, de louvar.

Retorno à fonte do meu senso interno e vejo que há lucidez em cada coisa que existe, em cada ser que erra.

Sinto que não nascemos para ser tristes e viver entre dor, gemido e pranto, mas, aqui estamos para alcançar o bem mais santo, e avançar para o progresso e conquistar o encanto de agir com Deus nas lutas do Mundo, de vibrar na alegria, no júbilo fecundo, até o tempo longínquo da áurea plenitude.

Sinto que sou caminhante do Infinito, e, não obstante o horror, a amargura, o choro, o grito, embora estando na Terra entre teimosias, aflito, o meu destino é, sem dúvida, estelar.

Agora sei que nasci para servir, para ser feliz, crescer e amar.



Cheguei ao Mundo nos planos do Criador, que espera que me faça um lavrador a semear nos corações, em redor dos meus passos, as sementes de esperança, de alegria e de paz, que aonde eu vá me transforme num servidor da verdade, do trabalho e da harmonia.

Sei que sou cidadão universal, irmão da Humanidade, indubitavelmente, filho do Deus altíssimo, bom, justo e clemente, dotado do melhor recurso para fazer brilhar a Divina luz em mim.

E, ante os desafios terrenos, dizer não ou dizer sim, com responsabilidade, com razão e com ternura.

Sou caminhante da eternidade.

Sou dedicado aprendiz buscando disciplina, revestido de um manto de matéria fina, quintessência, formosura que impulsiona para Deus.

E agora que me vejo repleto de certezas que me asseguram a estabilidade na consciência do que sou, sei que imerso no hálito paterno do Criador da vida me completo, a cada dia vivendo virtudes, transformando em ternuras gestos rudes, suavizando o que sou para o futuro, obra-prima de Deus, luz coagulada, a galgar a evolução em toda estrada, o que é do Senhor sagrado fim, ver-me, astro a brilhar, nas rotas do Infinito.



Eliane de Pádua



Perfil da alegria

Ela surpreende pelo festival de bênçãos que a caracteriza.



Às vezes insinua-se com suavidade, qual madrugada que vence com gentileza as sombras aterradoras e triunfa, oferecendo reconforto.

Noutros ensejos é clarão inesperado que ilumina de um só golpe, a tudo dominando.

Seja como for, ela é imprescindível à vida.

A alegria é dádiva de Deus que sorri em toda parte, conclamando a renovação e ao entusiasmo.

Um minuto de júbilo ressarce todo um investimento de receios e preocupações, oferecendo reservas de energias para o prosseguimento das lutas.

A sua força vitaliza o corpo e incentiva o Espírito para a continuação do programa evolutivo.

A alegria é como um sol primaveril após a demorada invernia.

A alegria da Terra são as pequenas flores que explodem nos campos e matizam a natureza.

A alegria da ave são os amplos espaços a vencer.

A alegria do trabalhador é o fruto da sua ação.

O artista e o esteta, o cientista e o filósofo, o literato e o religioso colhem as dádivas da alegria no labor que realizam, como vitórias sobre as dificuldades e os desafios que enfrentam.

Em toda parte, quem ama encontra o toque de alegria que o amor de Deus assinala como beleza.





Como anda sua alegria?

Considerando os diversos momentos de seu dia, você poderia dizer que passa mais tempo com ou sem ela?

Mas, que razões nós temos para cultivá-la, uma vez que ainda vivemos num mundo de tantas dores? - alguém poderia indagar.

Sim, temos muitas razões!

A alegria do dever cumprido; da perseverança no ideal superior; da paciência na luta renovadora.

A alegria da resignação ante as dores; da bondade inalterável; do perdão incondicional.

A alegria da vitória sobre as paixões dissolventes; da vitória do eu novo sobre o eu antigo. Júbilo que redunda em paz, em plenitude do coração e da mente.

Temos razão para celebrar a alegria de amar, de querer bem, e também de ser amado por muitos.

Alegria da gratidão. Gratidão pela oportunidade da encarnação; pela proteção, pelo carinho dado e recebido.

Alegria de poder sonhar... 

De ser livre nos pensamentos, na imaginação.

Alegria de quem é imortal, e sabe que jamais será consumido pelo tempo.

De quem consegue perceber que a cada dia que passamos nós estamos mais vivos, mais maduros, e temos a chance de estarmos mais felizes.

Nem mesmo aquele que padece dificuldades terríveis, pode dizer que não possui razões para a alegria.

Hoje já sabemos que, mesmo no sofrimento profundo, as Leis Divinas nos impulsionam para a felicidade maior.

Vive assim a alegria em seus dias, deixando que essa sua força lhe faça mais resistente às intempéries ainda comuns desses dias invernais.

A alegria é imprescindível à vida.

Seja feliz agora e sempre!

Eliane de Pádua